O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para implementar sua sétima redução nas taxas de juros em um período de doze meses, em resposta às crescentes pressões econômicas e às turbulências causadas pelas políticas comerciais dos Estados Unidos. A decisão, prevista para esta quinta-feira, visa fortalecer a economia da zona do euro que enfrenta desafios significativos.
A instituição tem reduzido sistematicamente os custos dos empréstimos, considerando que as pressões inflacionárias diminuíram consideravelmente. A recente instabilidade nos mercados globais reforça a percepção do banco de que a inflação na zona do euro está controlada, justificando assim um maior afrouxamento monetário.
* A expectativa é de um corte de 25 pontos-base, levando a taxa para 2,25%, conforme indicado pela maioria dos economistas consultados pela Reuters.
* Christine Lagarde, presidente do BCE, deve manter uma postura cautelosa quanto a sinalizações futuras, reforçando que as decisões serão baseadas na análise contínua dos dados econômicos.
* O BCE já havia estimado que o crescimento dos 20 países da zona do euro poderia sofrer uma redução de 50 pontos-base caso as tarifas fossem implementadas, impactando cerca de metade da expansão prevista para o bloco.
A turbulência nos mercados financeiros, provocada pela política comercial errática dos Estados Unidos, tem gerado efeitos significativos nos indicadores econômicos. O euro registrou valorização de 9% em meio à volatilidade, atingindo máximas históricas em termos comerciais ponderados, enquanto os preços da energia apresentam quedas acentuadas.
O Morgan Stanley projeta que, considerando as atuais condições de financiamento, a inflação pode cair abaixo da meta de 2% estabelecida pelo BCE. Segundo a instituição: “As premissas revisadas empurram o índice significativamente para baixo, abaixo de 2,0% a partir do segundo trimestre”.
Greg Fuzesi, economista do JPMorgan, afirma: “Cortar a taxa de depósito em 25 pontos-base para o topo da faixa (neutra) deve ser simples, dada a enorme incerteza e a probabilidade de que a guerra comercial não seja apenas um choque de oferta, mas provavelmente também atinja a demanda”.
Os mercados já precificaram completamente este movimento de redução das taxas, e os investidores projetam pelo menos mais duas reduções ao longo do ano, com alguns até mesmo prevendo uma terceira, em resposta à desaceleração do crescimento econômico.