O Itaú anunciou uma revisão significativa em suas projeções econômicas para 2025 e 2026, reduzindo a estimativa de inflação e indicando um possível viés de baixa para o crescimento do PIB. A decisão reflete as incertezas no cenário global, especialmente relacionadas à guerra comercial dos Estados Unidos.
O banco reduziu sua projeção de inflação para 2025 de 5,7% para 5,5%, considerando a expectativa de redução nos preços da gasolina nas refinarias e os efeitos da queda nos preços de commodities metálicas sobre a inflação de bens industriais. Para 2026, a projeção do IPCA foi ajustada de 4,5% para 4,4%.
* A estimativa de crescimento do PIB para 2025 foi mantida em 2,2%, porém com viés de baixa, enquanto para 2026 permanece em 1,5% com riscos equilibrados.
* Para o primeiro trimestre, o Itaú projeta um crescimento do PIB de 1,6% em relação ao trimestre anterior, destacando a resiliência da economia e bom desempenho do setor agropecuário.
* A projeção para o dólar foi mantida em R$5,75 para 2025 e 2026, refletindo a “expressiva incerteza em relação ao cenário global”.
* O banco mantém a expectativa de que a taxa Selic encerrará o ano em 15,25%, após duas altas de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões do Banco Central.
“Os riscos permanecem assimétricos, com viés de baixa — reflexo de uma possível nova queda nos preços do petróleo e de commodities metálicas se a desaceleração global for mais intensa — enquanto os riscos de alta estão concentrados nos preços domésticos de commodities agrícolas, diante do aumento das exportações resultante da guerra comercial entre Estados Unidos e China”, explicou o Itaú em sua análise.
O banco destaca dois principais canais de impacto para o Brasil em relação às incertezas globais: um canal direto via comércio, considerado limitado devido ao baixo grau de abertura comercial da economia brasileira, e um canal indireto através da desaceleração global, queda nos preços de commodities e fluxos financeiros em ambiente de aversão ao risco.
O cenário base do Itaú considera um possível alívio externo com negociação das tarifas, mas mantém uma postura cautelosa nas projeções devido aos riscos significativos de escalada na guerra comercial e possível recessão global.