A Casa Branca anunciou nesta terça-feira (8 de abril) que as novas tarifas sobre importações chinesas para os Estados Unidos aumentarão para 104%, cumprindo a ameaça do presidente Donald Trump. A decisão surge após a China anunciar retaliação com impostos de 34% sobre produtos americanos, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A escalada das tensões comerciais se desenvolveu da seguinte forma:
* Trump inicialmente anunciou tarifas de 54% sobre produtos chineses, que entrariam em vigor na quarta-feira
* Em resposta, a China decidiu impor tarifas de 34% sobre produtos americanos a partir de quinta-feira
* Como retaliação à medida chinesa, Trump elevou as tarifas para 104%
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, denunciou as “pressões, ameaças e chantagens” dos Estados Unidos. O Ministério do Comércio da China advertiu que “a ameaça dos Estados Unidos de aumentar as tarifas contra a China é um erro após o outro” e prometeu lutar “até o fim”.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que seu país possui “ferramentas” suficientes para “compensar” as turbulências econômicas.
Os mercados financeiros reagiram à escalada das tensões. Após quedas generalizadas na segunda-feira (7), as bolsas apresentaram leve recuperação na terça-feira. Tóquio registrou alta de 6% após queda de 8% no dia anterior. Na Europa, os principais índices operavam em alta, com Paris avançando 1,4%, Londres 1,74%, Frankfurt 1,37% e Madri 0,80%.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou em entrevista à Fox News que as tarifas de importação servirão para colocar os Estados Unidos em posição de força nas negociações. Segundo ele, “quase 70 países” já entraram em contato com Washington para discutir a situação.
A União Europeia busca uma resposta comum às medidas e propôs uma isenção total e recíproca de direitos aduaneiros para produtos industriais, incluindo automóveis. No entanto, Trump considerou a proposta insuficiente para equilibrar o déficit comercial dos Estados Unidos com a UE.
A escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China gera preocupações entre analistas sobre possíveis aumentos na inflação, desemprego e redução no crescimento econômico global.