Uma pesquisa realizada durante a manifestação pela anistia na avenida Paulista neste domingo (6) revelou uma divisão significativa entre os participantes sobre como tratar diferentes grupos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O levantamento, conduzido pelo Monitor do Debate Político do Cebrap e da USP em parceria com a ONG More in Common, entrevistou 567 pessoas.
Os dados coletados mostram um cenário complexo sobre as expectativas em relação à anistia:
* 51% dos manifestantes defendem que deve haver tratamento diferenciado entre manifestantes comuns e lideranças políticas envolvidas nos atos de 8 de janeiro
* 90% apoiam anistia para manifestantes que não cometeram atos violentos
* Apenas 46% defendem anistia ampla que inclua pessoas envolvidas em violência ou vandalismo
* 30% rejeitam total ou parcialmente o perdão para aqueles que participaram de atos de vandalismo
O estudo também traçou um perfil detalhado dos participantes do ato, que reuniu aproximadamente 44,9 mil pessoas:
* 67% são homens
* 72% se identificam como brancos
* 75% possuem ensino superior completo ou incompleto
* 49% declaram renda familiar superior a cinco salários mínimos
* 51% têm entre 45 e 64 anos
* 88% se identificam politicamente como direita
* 96% se consideram conservadores
Quanto à religião, os católicos representam 47% dos presentes, seguidos por evangélicos (27%) e espíritas/kardecistas (8%). A distribuição por renda mostra que apenas 11% ganham até dois salários mínimos, enquanto 27% estão na faixa de cinco a dez salários mínimos.