O mercado financeiro brasileiro experimentou forte turbulência após o presidente norte-americano Donald Trump intensificar as tensões comerciais com a China, levando o dólar a ultrapassar a marca de R$5,90.
Em meio a um cenário de estresse generalizado nos mercados globais, o dólar registrou uma alta significativa no Brasil, atingindo R$5,9107 no fechamento, o maior valor desde 28 de fevereiro. O aumento nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China foi o principal catalisador deste movimento.
* Os Estados Unidos iniciaram no sábado a cobrança de uma tarifa de 10% sobre todas as importações
* Trump ameaçou impor uma taxa adicional de 50% sobre importações chinesas caso o país asiático não retire as tarifas de 34% impostas sobre produtos americanos
* O mercado experimentou breve alívio após notícia da CNBC sobre uma possível pausa de 90 dias nas tarifas, exceto para a China
* A Casa Branca posteriormente desmentiu a informação, classificando-a como “falsa”, o que intensificou ainda mais a alta do dólar
O cenário de incerteza afetou significativamente os ativos brasileiros. O dólar à vista chegou a atingir R$5,9333, representando uma alta de 1,63%. Nas últimas duas sessões, a moeda norte-americana acumulou um avanço de 28 centavos de real.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, comentou: “Essa possível escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou um aumento na aversão ao risco nos mercados, o que afetou particularmente as moedas de países emergentes — especialmente o real”.