O embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, não participará da cerimônia de paz de Nagasaki devido à decisão da cidade de excluir Israel da comemoração anual do bombardeio atômico de 1945. A cerimônia está marcada para sexta-feira (9 de agosto), no Parque da Paz de Nagasaki, onde diplomatas de mais de 100 países observarão um minuto de silêncio em memória às vítimas do ataque nuclear.
O prefeito de Nagasaki, Shiro Suzuki, comunicou aos repórteres na semana passada que a presença de embaixadores de alto nível seria difícil, apesar dos avisos de nações ocidentais sobre possíveis repercussões. Grã-Bretanha, Alemanha e Itália também não enviarão seus embaixadores a Nagasaki, de acordo com informações da CNN Brasil.
O bombardeio de Hiroshima em 6 de agosto de 1945, seguido pelo de Nagasaki três dias depois, resultou na rendição incondicional do Japão e no fim da Segunda Guerra Mundial, mas também causou a morte de dezenas de milhares de pessoas, tanto instantaneamente como nos meses e anos seguintes.
Todos os anos, Hiroshima e Nagasaki realizam cerimônias memoriais com a presença de diplomatas de todo o mundo para promover a paz global e a ideia de que as armas nucleares nunca mais devem ser usadas. Entretanto, a decisão de Nagasaki de excluir Israel contrasta com a de Hiroshima, onde a presença israelense foi recebida com protestos de manifestantes pró-palestinos.
Ambas as cidades enfrentaram pressão de ativistas e grupos de sobreviventes das bombas para excluir Israel devido ao bombardeio de Gaza, onde milhares de palestinos foram mortos desde que Israel iniciou ataques contra o grupo militante Hamas após o ataque de 7 de outubro.
Rússia e Belarus também foram excluídas das cerimônias devido à invasão da Ucrânia por Moscou. Os ativistas esperavam que Nagasaki e Hiroshima adotassem uma postura similar em relação a Israel.