A Polícia Civil de Minas Gerais reclassificou como feminicídio a morte de Poliana Volco Guimarães, 21 anos, que em agosto de 2023 caiu do 13º andar de um prédio na avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte. Joel Júnior Alves Gaspar, 47 anos – ex-namorado da vítima e proprietário do apartamento – foi preso preventivamente e indiciado por feminicídio e tráfico de drogas.
A investigação revelou um histórico de abusos:
* Alugava quartos exclusivamente para mulheres jovens (até 21 anos e estudantes)
* Andava nu pelo apartamento e praticava atos libidinosos com a porta aberta
* Proibia visitas masculinas e agredia Poliana física e psicologicamente
* Dopava a vítima com medicamentos psiquiátricos em suas bebidas
“É característica do feminicídio desqualificar a vítima”, afirmou a delegada Iara França, responsável pelo caso. “Ele criou uma narrativa falsa sobre depressão, mas provamos que a jogou pela janela após discussão.”
* Suspeito alegou suicídio, mas câmeras o colocaram no apartamento no momento da queda
* Poliana havia dito a uma amiga que estava “limpa e lúcida”, rejeitando ser dopada
* Joel usava seu trabalho como motorista de aplicativo para aliciar mulheres e transportar drogas
Preso desde novembro de 2023, Joel teve a prisão convertida em preventiva. O Núcleo de Feminicídios apurou que ele:
* Mantinha outras vítimas sob controle psicológico
* Explorava vulnerabilidade econômica das inquilinas
* Tinha consumo frequente de cocaína
“Este caso expõe como a violência psicológica precede tragédias”, destacou França. O Departamento de Homicídios revisa todos os casos de “morte a esclarecer” com suspeita inicial de suicídio.