A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, manifestou apoio à criação de um cargo honorífico para a primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, no governo federal. Durante entrevista à CNN Brasil, a ministra argumentou sobre a importância de formalizar a atuação da esposa do presidente Lula.
Gleisi Hoffmann destacou que considera injusta a forma como a primeira-dama tem sido tratada em relação aos questionamentos sobre sua agenda e os ataques que recebe. “Defendo, sim, que [Janja] tenha um cargo honorífico, [então] ela não vai receber nada, seja isso legalizado, porque é importante até que ela possa prestar contas, falar, não vejo problema nenhum”, afirmou a ministra.
Na defesa de sua posição, Hoffmann ressaltou o papel social da primeira-dama: “Acho que é importante ela ter condições de atuar. Ela é a companheira do presidente da República, ela tem um peso social importante”. A ministra reforçou que não vê problemas na atuação pública de Janja e considera importante a designação de um cargo honorífico.
Durante a mesma entrevista, Gleisi Hoffmann abordou o debate sobre o projeto de lei da Anistia no Congresso Nacional:
* A ministra declarou que o governo irá “encarar” o debate, manifestando-se contra a proposta
* Destacou que a defesa do projeto se enfraqueceu após a baixa adesão à manifestação do ex-presidente Bolsonaro no Rio de Janeiro
* Afirmou que “Somos contra a anistia, esse debate nós vamos encarar e não pode ter, porque o que aconteceu no País foi muito sério”
* Enfatizou que “A tentativa de golpe deles foi muito séria, não foi uma brincadeira não, culminou no 8 de janeiro”
O projeto de lei, de autoria do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), propõe anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro e eventos relacionados. Segundo Gleisi Hoffmann, não há maioria para aprovar o projeto, especialmente após a recente manifestação no Rio de Janeiro. A ministra reconhece que haverá tentativas de obstrução de pauta, mas ressalta que o PL sozinho não consegue fazê-lo sem apoio de outros partidos.
O texto em discussão é o mais avançado no Legislativo sobre o tema e poderia beneficiar inclusive o ex-presidente Bolsonaro, pois inclui pessoas envolvidas em eventos anteriores ou posteriores ao 8 de janeiro que tenham conexão com os atos daquele dia. Para aprovação, o projeto necessita da maioria dos votos na Câmara dos Deputados, que possui 513 membros.