O Pix foi destacado como um exemplo notável de soberania digital e quebra de duopólio durante um webinar do Brics, conforme apresentado pelo diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS/FGV-Rio), Luca Belli. O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro não apenas revolucionou as transações financeiras no país, mas também estabeleceu um novo paradigma na gestão de dados financeiros.
O sistema desenvolvido pelo Banco Central do Brasil conseguiu em apenas quatro anos:
* Tornar-se a principal ferramenta de pagamentos eletrônicos no Brasil, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, quebrando o duopólio anteriormente estabelecido por Visa e Mastercard
* Proporcionar economia direta aos consumidores, eliminando taxas de 3% a 5% que eram cobradas pelas empresas estrangeiras em cada transação
* Democratizar o processamento de dados financeiros, anteriormente concentrado nas grandes empresas de cartão, que utilizavam essas informações para análises de IA e geração de receita
O embaixador Philip Fox-Drummond Gough, diretor do Departamento de Política Financeira e Investimentos do MRE, enfatizou que o Brics pode ser fundamental na redefinição do debate internacional sobre uso de dados. Ele destacou a existência de cerca de 2 mil novas regulações de dados adotadas em diferentes países.
Luis Felipe Giesteira, secretário-adjunto do MDIC, ressaltou que o ministério está trabalhando na formulação de uma política nacional para a economia de dados. O objetivo é desenvolver a economia digital de forma soberana e independente, garantindo que o Brasil não se torne apenas um exportador de dados.
A implementação do Pix demonstrou que é possível criar infraestruturas digitais públicas eficientes que beneficiem a economia local e promovam a inovação. O sistema não apenas economiza dinheiro para os consumidores, mas também cria oportunidades para empreendedores e empresas locais desenvolverem novos serviços baseados em dados.