O cenário da dengue em Minas Gerais volta a acender o sinal de alerta após o período carnavalesco. O estado ocupa atualmente a segunda posição no ranking nacional de casos, ficando atrás apenas de São Paulo. Entre janeiro e março, foram contabilizados mais de 57 mil casos registrados, com 13 mortes confirmadas e outras 41 em investigação, segundo dados do Ministério da Saúde.
O Triângulo Mineiro concentra o maior número de hospitalizações e óbitos, conforme informações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A situação crítica na região é atribuída à circulação do sorotipo 3 da dengue, que não era registrado no estado há muito tempo, tornando a população mais vulnerável.
Panorama das regiões afetadas:
* Sul de Minas contabiliza uma morte e 1.000 casos confirmados. As regiões sul e sudoeste somam 1.328 casos e uma vítima fatal confirmada em Areiado, com duas mortes em investigação.
* Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, três óbitos estão sob investigação, com 449 casos confirmados e 153 prováveis segundo dados estaduais. A prefeitura local, no entanto, apresenta números menores: 12 confirmados e 304 prováveis.
* A macrorregião do Vale do Aço registrou 767 casos confirmados, 1.018 prováveis e um óbito em investigação, números inferiores ao mesmo período de 2024.
* No Norte de Minas, Montes Claros apresenta divergências nos dados: enquanto o município reporta 54 casos confirmados e 1.304 notificados, o estado contabiliza 9 confirmados e 193 notificações.
As autoridades sanitárias reforçam a importância do controle vetorial no combate à dengue. Eduardo Campos Prosdocimi, subsecretário de vigilância em saúde do Governo de Minas Gerais, alerta: “Se tem fumacê rodando, é porque tem mosquito rodando. Se tem mosquito, é porque tem água parada. É melhor evitar a água parada para que não tenhamos um mosquito”.
Diversas cidades estão implementando medidas preventivas. Varginha programou mutirões de limpeza, enquanto Passos instalou três salas de hidratação para pacientes. Em Belo Horizonte, foram registrados 327 casos de dengue até 14 de março, sem óbitos confirmados.
A população deve manter-se vigilante, eliminando possíveis criadouros do mosquito e procurando atendimento médico aos primeiros sintomas da doença. O combate efetivo à dengue depende da participação ativa de toda a comunidade na eliminação de focos do Aedes aegypti.