O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante entrevista ao podcast Flow nesta sexta-feira (14 de março). Em suas declarações, Bolsonaro afirmou que a Corte teria atuado deliberadamente para favorecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as eleições presidenciais de 2022.
Em sua fala, Bolsonaro argumentou que nenhum candidato da esquerda poderia derrotá-lo nas urnas, seja Ciro Gomes ou Fernando Haddad. Segundo ele, “Ninguém da esquerda poderia me derrotar, Ciro, Haddad… Segundo eles o nome para me derrotar era o Lula, por isso reinterpretaram a instância, ele tinha condenações. Anularam e ele voltou à estaca zero, voltou a ser elegível, e daí, acho que a gente vai entrar nesse assunto, teve a mão pesada do TSE para ele, a mão pesadíssima do TSE pró-Lula”.
O ex-presidente também abordou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, que serve como base para investigações da Polícia Federal. Bolsonaro alegou que Cid foi “torturado” durante seu depoimento e questionou a veracidade de algumas informações prestadas.
“Nunca participou de reuniões minhas com generais, com ministros setoriais. Agora, quando fizeram uma pesca probatória no telefone dele, acharam ali a questão de fraude de vacina, em depoimento a esposa dele confirmou, em cima de uma punição”, declarou Bolsonaro. O ex-presidente ainda acrescentou: “Em meu entender foi torturado, não há dúvida, você nunca viu um juiz participar do depoimento de um delator. Citou esposa dele, citou filha, ele foi cedendo. Agora, ele fala muita coisa, umas coisas são verdade, outras fico pensando: “como ele tem conhecimento disso aí se nem eu sabia?””.
A entrevista ocorre em um momento crucial para Bolsonaro, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) junto com outras 33 pessoas. A denúncia, apresentada em 18 de fevereiro, aponta o ex-presidente como líder de uma organização criminosa que planejava impedir a posse do presidente Lula em 2023.
O ministro Cristiano Zanin, do STF, já agendou três sessões para análise da denúncia, que ocorrerão nos dias 25 e 26 de março. Bolsonaro é acusado de crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Para o próximo domingo (16), Bolsonaro anunciou que liderará um ato em Copacabana, Rio de Janeiro, em defesa do projeto que busca anistiar os condenados pelos eventos do 8 de janeiro de 2023.