O presidente americano Donald Trump recebeu nesta quinta-feira (13) o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca, onde discutiram temas sensíveis como a possível anexação da Groenlândia e os gastos militares dos países membros da aliança.
Durante o encontro, que tinha como objetivo principal reforçar o apoio americano à Otan e à Ucrânia, Trump surpreendeu ao retomar sua antiga aspiração de anexar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, um dos membros fundadores da aliança militar.
* Trump iniciou o encontro elogiando o “trabalho fantástico” de Rutte à frente da Otan, cargo que assumiu recentemente após deixar o posto de primeiro-ministro dos Países Baixos.
* Sobre a anexação da Groenlândia, Trump declarou: “Acho que vai acontecer”, e apontando para Rutte, acrescentou: “Não tinha pensado muito nisto antes, mas estou sentado com um homem que poderia ser bastante decisivo”.
* O presidente americano justificou seu interesse citando preocupações com a segurança internacional: “Precisamos disso para a segurança internacional […] temos muitos de nossos atores favoritos rondando a costa e devemos ser cautelosos”, numa aparente referência à China e Rússia.
Mark Rutte manteve uma postura diplomática durante todo o encontro, evitando envolver a Otan na questão da Groenlândia, mas concordou com as preocupações de Trump sobre a presença chinesa e russa no Ártico. “No que diz respeita ao extremo norte e ao Ártico, [Trump] tem toda a razão”, afirmou Rutte.
O secretário-geral da Otan destacou a importância da colaboração entre os países árticos: “Os chineses utilizam estas rotas. Sabemos que os russos estão se rearmando. Sabemos que carecemos de navios quebra-gelo”, explicou.
Trump também pressionou os aliados sobre os gastos militares, defendendo um aumento para 5% do PIB, bem acima da meta atual de 2%. A Otan projeta que apenas 23 dos 32 membros conseguirão atingir o objetivo atual no ano passado.
Em relação à guerra na Ucrânia, Rutte demonstrou apoio aos esforços de Trump para negociar um acordo de paz com a Rússia, afirmando que “Romper o bloqueio foi crucial”.