O sistema de pedágios em Minas Gerais registrou um crescimento expressivo nos últimos 12 anos, com um aumento de 461% no número de praças de cobrança. O estado, que contava com apenas 13 praças em 2012, passa agora a ter 73 pontos ativos, distribuídos em mais de 3.000 km de rodovias.
A mais recente mudança ocorre com a reativação de sete pedágios na BR-040, entre Belo Horizonte e a divisa com Goiás, sob gestão da concessionária Via Cristais. As tarifas variam entre R$ 11,30 e R$ 15,50, sendo a mais alta cobrada em Capim Branco, na entrada de Sete Lagoas.
* Das 15 concessões existentes atualmente, dez são federais e cinco estaduais
* Dez contratos foram assinados após 2018
* Três das cinco concessões estaduais foram realizadas durante o governo de Romeu Zema
* A concessão mais antiga data de 1996, entre o governo federal e a Concer
O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Pedro Bruno, defende o modelo de concessões: “O caminho do investimento via parceria privada e cobrança de pedágio se justifica porque a magnitude desse investimento não pode ser suprida pelo Orçamento público”.
* Dois novos pedágios devem iniciar cobrança ainda este ano na BR-262
* Cinco praças estão previstas para a BR-381 entre BH e Governador Valadares
* O governo estadual planeja leiloar cinco lotes rodoviários até 2025
* O lote do Vetor Norte prevê 12 pórticos de pedágios no sistema free flow
A implementação dos pedágios gera debates entre especialistas. O engenheiro Silvestre Andrade destaca os benefícios da manutenção adequada das rodovias, enquanto o professor Moacir de Freitas Junior, da Universidade Federal de Uberlândia, pondera sobre os impactos político-sociais das concessões.
Na Assembleia Legislativa, deputados se mobilizam contra as novas concessões, com iniciativas que incluem uma PEC para proibir praças de pedágio em regiões metropolitanas e articulações para uma CPI sobre os contratos de concessão estaduais.
O governador Romeu Zema defende as concessões afirmando que “é melhor uma estrada pedagiada do que nenhuma estrada” e reconhece que “temos um mundo ideal e um mundo real. O mundo ideal para mim é um mundo em que não precisaríamos pagar impostos, taxas e pedágios. Mas temos um mundo real”.