Laboratório de Curitiba cria técnica para filme do Oscar

Laboratório de Curitiba cria técnica para filme do Oscar

Lab paranaense desenvolveu processo único de conversão de fotos digitais para analógicas usado no filme “Ainda Estou Aqui”, indicado ao Oscar

O Laboratório Lab:Lab Analógico, localizado em Curitiba, desenvolveu uma técnica inovadora de conversão de imagens digitais para analógicas que foi utilizada no filme “Ainda Estou Aqui”, indicado a três categorias do Oscar 2025. O processo, resultado de mais de dois anos de pesquisa, foi fundamental para criar os slides de fotografias que aparecem no longa-metragem.

O filme, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, retrata a história real da família do ex-deputado Rubens Paiva, que foi preso, torturado e assassinado durante a Ditadura Militar em 1971. A produção concorre nas categorias de Melhor Filme, Filme Internacional e Melhor Atriz com Fernanda Torres.

Processo Exclusivo

* O Lab:Lab é o único laboratório na América do Sul, e um dos três no mundo, que oferece o serviço de “gravação de filme”, processo inverso à digitalização de filmes analógicos
* A técnica desenvolvida pelo laboratorista Vitor Lopes Leite inclui uma fórmula própria chamada LL-4, criada entre 2018 e 2019, que substituiu produtos químicos controlados pela Polícia Federal
* Para o filme, as fotos digitais foram gravadas em filme colorido positivo, reveladas com a fórmula LL-4 e montadas em slides

Contribuição para o Filme

* Os slides preparados pela equipe do laboratório foram utilizados em uma cena onde Eunice Paiva ministra aulas sobre direito indígena
* O laboratório também produziu imagens nas quais os atores recriaram fotos famosas da família Paiva, utilizadas na divulgação do filme
* As imagens passaram por um tratamento especial para parecerem envelhecidas, com desvios de cor proposital para criar um aspecto de época

O filme também conta com outras contribuições paranaenses significativas, incluindo o roteiro adaptado pelos curitibanos Murilo Hauser e Heitor Lorega, além da participação dos atores Marjorie Estiano, Lourinelson Vladmir, Otávio Linhares e Luiz Bertazzo, todos naturais de Curitiba.

“Foi muito legal porque a gente recebeu um e-mail da produção do filme e já tinha um pedacinho do roteiro. A gente não sabia exatamente o que era, mas a gente já teve acesso aquelas fotos, que foram usadas na divulgação, com o Selton Mello e com a Fernanda Torres. Então foi muito legal, porque um e-mail do Walter Salles não é todo dia que a gente recebe”, relata Vitor.

“Ainda Estou Aqui” marca um momento histórico para o cinema brasileiro, sendo o primeiro filme nacional a concorrer na categoria principal do Oscar. A premiação acontecerá em Los Angeles, nos Estados Unidos, consolidando a importância do trabalho desenvolvido pelo Lab:Lab Analógico para a produção cinematográfica nacional.

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