A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou, na última quinta-feira (11/07), uma análise para avaliar possíveis ações regulatórias em relação a marcas de pães de forma que apresentaram alto teor alcoólico.
Este movimento ocorre após a divulgação, na quarta-feira (10/07), de um estudo realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), que identificou oito marcas com teores de álcool acima dos limites considerados seguros para o consumo.
A Proteste analisou dez marcas de pães, destacando-se resultados alarmantes para marcas populares como Visconti, Bauducco e Wickbold. Segundo a análise, o consumo de apenas duas fatias desses pães poderia ser detectado em um teste de bafômetro.
Além disso, se os pães fossem classificados como bebidas alcoólicas, seis deles seriam considerados como tal pela legislação vigente, que estabelece o teor máximo de etanol em 0,5%. A marca Visconti, por exemplo, apresentou um teor de 3,37%, significativamente acima do limite permitido.
A fabricação de pães normalmente envolve a formação de álcool etílico, que geralmente evapora no processo de cozimento. No entanto, as indúrias adicionam conservantes à substância para prevenir mofo, o que pode explicar os altos níveis detectados.
Em resposta ao estudo, o Grupo Wickbold declarou que segue rigorosos protocolos de segurança e qualidade, e que não foi notificado sobre o estudo antes da sua publicação. A Pandurata Alimentos, responsável pelos produtos Bauducco e Visconti, também enfatizou que adota padrões de segurança alimentar reconhecidos internacionalmente.
Por outro lado, o Grupo Bimbo, que detém as marcas Pullman e Plusvita, assegurou que não utiliza álcool para a conservação de suas receitas, destacando a utilização de pasteurização para manter a qualidade nutricional e segurança dos alimentos.