Os preços dos alimentos têm sido um dos principais desafios econômicos no início de 2024, com destaque para as altas expressivas de café moído, carne e azeite. De acordo com o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), no acumulado de doze meses até janeiro, estes produtos apresentaram aumentos significativos acima da inflação do período, que ficou em 4,56%.
O cenário atual mostra uma pressão inflacionária preocupante no setor alimentício:
* O café moído registrou um aumento impressionante de 50%, com uma alta acentuada de 8,56% apenas em janeiro. Analistas apontam que a elevação dos preços é consequência de uma produção um pouco menor do que o consumo nos últimos quatro anos.
* A carne bovina, mesmo com produção recorde de 10,91 milhões de toneladas em 2024, apresentou alta de 21%, pressionada por secas severas que atingiram o país e a demanda por exportação crescente.
* Já o azeite acumulou alta de 17% em 12 meses, reflexo de safras menores nos principais países produtores.
Para 2025, existe a expectativa de uma safra recorde de grãos, o que pode trazer algum alívio aos preços. No entanto, especialistas alertam que a normalização dos preços dependerá de diversos fatores, incluindo condições climáticas favoráveis e comportamento do câmbio.
A pesquisa Focus indica que a expectativa do mercado para o IPCA é de alta de 5,60% ao fim deste ano, sendo que o centro da meta perseguida pelo Banco Central é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.