Cinco ministros das Relações Exteriores de países árabes e uma autoridade palestina manifestaram oficialmente sua oposição à proposta de deslocamento dos palestinos de Gaza, ideia anteriormente sugerida pelo presidente Donald Trump. A manifestação ocorreu através de uma carta conjunta enviada ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
A carta, enviada nesta segunda-feira, foi assinada pelos chefes da diplomacia da Jordânia, Egito, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, além do conselheiro presidencial palestino Hussein al-Sheikh, após uma reunião realizada no Cairo.
* A proposta inicial de Trump, apresentada em 25 de janeiro, sugeria que Jordânia e Egito recebessem os palestinos de Gaza, sem especificar se seria uma solução temporária ou permanente.
* Os países árabes expressaram forte oposição à ideia, enfatizando na carta que “a reconstrução em Gaza deve ser feita por meio do envolvimento direto e da participação do povo de Gaza. Os palestinos viverão em sua terra e ajudarão a reconstruí-la”.
* A carta também destaca que os palestinos “não devem ser destituídos de seu poder de ação durante a reconstrução, pois devem se apropriar do processo com o apoio da comunidade internacional”.
O contexto atual em Gaza é marcado por uma intensa crise humanitária. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 47.000 palestinos foram mortos durante a operação militar israelense, gerando acusações de genocídio e crimes de guerra, as quais Israel nega.
O atual conflito se intensificou após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de aproximadamente 250 reféns, conforme registros israelenses.
A proposta de Trump gerou preocupações significativas entre os palestinos, que temem uma expulsão permanente de suas terras, sendo vista por críticos como uma forma de limpeza étnica. A posição unificada dos países árabes reforça o apoio à permanência e autodeterminação do povo palestino em Gaza.