Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, decidiu interromper o recesso parlamentar para convocar uma reunião de líderes. O encontro, que será realizado por videoconferência devido à ausência dos parlamentares na capital federal, ainda não tem horário definido.
De acordo com o círculo próximo de Arthur Lira, a pauta oficial do encontro é discutir a eleição para os cargos da Mesa Diretora, prevista para fevereiro. No entanto, líderes partidários consideram inevitável que o bloqueio de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, determinado pelo ministro Flávio Dino, entre na discussão.
A decisão do magistrado, publicada na última segunda-feira (23), aponta possíveis irregularidades no “rito interno” de processamento das emendas. Como consequência, Dino ordenou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar o caso.
O bloqueio atende a uma solicitação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Na semana anterior, o deputado Glauber Braga (RJ) acionou o Supremo Tribunal Federal alegando irregularidades na liberação das emendas. O parlamentar questiona especificamente a decisão de Arthur Lira de suspender o funcionamento das comissões da Câmara, o que impossibilitou a deliberação sobre o destino das emendas pelos colegiados temáticos.
Além disso, o PSOL contesta um documento assinado por 17 líderes partidários que solicita o pagamento de mais de 5,4 mil emendas, incluindo novas indicações que somam R$ 180 milhões. Chama atenção o fato de que a maior parcela desses recursos – R$ 73,8 milhões – seria destinada a Alagoas, estado natal de Arthur Lira, atual presidente da Câmara dos Deputados.