O Kremlin rejeitou veementemente nesta quinta-feira (16) as acusações feitas pela Polônia sobre supostos planos russos de realizar atos terroristas em voos internacionais. A declaração ocorre em meio a crescentes tensões entre os dois países e levanta preocupações sobre a segurança da aviação global.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondeu às alegações do primeiro-ministro polonês Donald Tusk, classificando-as como “absolutamente infundadas”. “Isso não passa de uma nova acusação absolutamente infundada contra a Rússia”, afirmou Peskov, acrescentando que “a Polônia é bem conhecida por suas acusações infundadas e até tenta manter sua liderança sobre outros países europeus”.
As acusações surgiram quando Donald Tusk declarou que a Rússia havia planejado atos terroristas em viagens aéreas globais. Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, Tusk afirmou: “Sem entrar em detalhes, posso confirmar a validade das preocupações de que a Rússia planejou atos terroristas no ar, não apenas contra a Polônia, mas também contra companhias aéreas de todo o mundo”.
A situação ganhou ainda mais relevância após o jornal The New York Times revelar que a inteligência americana suspeita de planos russos para enviar dispositivos explosivos em aviões de carga com destino aos Estados Unidos. A Polônia, como membro da UE e da OTAN, tem se posicionado como um dos principais aliados da Ucrânia desde o início da ofensiva russa em fevereiro de 2022.
Recentemente, a Rússia também foi acusada de ser responsável pela queda de um avião da Azerbaijan Airlines que resultou na morte de 38 pessoas em dezembro. As autoridades azerbaijanas alegam que a aeronave, que deveria aterrissar na república russa da Chechênia, foi abatida por tiros russos no Cazaquistão. Moscou manteve-se em silêncio sobre estas acusações, nem confirmando nem negando sua participação no incidente, o que tem gerado tensões com o Azerbaijão, tradicionalmente um aliado russo no Cáucaso.