O Sol, aparentemente solitário em sua jornada pela Via Láctea, pode ter tido uma estrela irmã em seu passado distante. Esta descoberta intrigante tem levado cientistas a investigar evidências que poderiam comprovar a existência de um sistema binário em nosso Sistema Solar primitivo.
Diferente de muitas outras estrelas da galáxia, que frequentemente se apresentam em pares, nosso Sol orbita sozinho, levando aproximadamente 230 milhões de anos para completar uma volta ao redor do centro galáctico. A estrela mais próxima, Proxima Centauri, encontra-se a 4,2 anos-luz de distância.
* A astrofísica Sarah Sadavoy, da Universidade Queen”s, analisou dados da nuvem molecular Perseus, descobrindo que o processo de formação estelar tende a criar protoestrelas em pares.
* O processo ocorre quando pequenos picos de densidade no interior de nebulosas entram em colapso, podendo formar múltiplas estrelas através do processo de fragmentação.
* Algumas estrelas permanecem unidas, enquanto outras se separam em aproximadamente um milhão de anos, um período relativamente curto na vida de uma estrela.
* Em 2020, o astrofísico Amir Siraj, de Harvard, sugeriu que a Nuvem de Oort pode conter “impressões digitais” da estrela companheira.
* A inclinação de sete graus do Sol em relação ao plano do Sistema Solar poderia ser explicada pela atração gravitacional de uma estrela irmã.
* A presença de bilhões ou trilhões de objetos na Nuvem de Oort seria mais facilmente explicada pela existência prévia de uma estrela companheira.
O Observatório Vera Rubin, com início das operações previsto para 2025 no Chile, poderá fornecer dados mais precisos sobre a estrutura da Nuvem de Oort, potencialmente revelando evidências mais concretas sobre a existência desta estrela irmã.
Em 2018, cientistas identificaram uma possível estrela “gêmea” do Sol a menos de 200 anos-luz de distância, com tamanho e composição química similares. No entanto, como destaca Sadavoy, a nuvem de gás e poeira onde o Sol nasceu provavelmente formou centenas ou milhares de outras estrelas com composição similar, tornando difícil identificar a verdadeira irmã.
A existência de uma antiga estrela companheira do Sol traz implicações interessantes para nossa compreensão dos sistemas exoplanetários, especialmente aqueles que orbitam estrelas binárias. Segundo a astrônoma Gongjie Li, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, a estabilidade desses sistemas depende da distância entre as estrelas companheiras.
O mistério do possível gêmeo perdido do Sol continua intrigando os cientistas, que seguem buscando evidências nos confins do Sistema Solar. Se esta estrela irmã realmente existiu, ela pode estar em qualquer lugar da galáxia, possivelmente com seu próprio sistema planetário.