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A viabilidade do Acordo de Paris está em risco após a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o observatório europeu Copernicus registrarem que o aumento da temperatura global ultrapassou os níveis pré-industriais em 2024. O limite de 1,5ºC, estabelecido para 2100, foi excedido nos últimos 12 meses, sinalizando que as medidas atuais de redução de emissões de gases de efeito estufa são insuficientes.
“Um ano de clima extremo mostrou o quão perigosa é a vida a 1,5°C”, afirma Friederike Otto, do Centro de Políticas Ambientais do Imperial College London. “A seca na Amazônia, as enchentes de Valência, os furacões nos Estados Unidos e os tufões nas Filipinas são apenas quatro desastres do ano passado agravados pelas mudanças climáticas. Há muitos, muitos mais.”
* O Copernicus detectou um aumento de 1,6ºC em relação ao século 19
* A OMM confirmou que 2024 foi o ano mais quente desde 1860
* Pela primeira vez, registrou-se uma marca superior a 1,5ºC, atingindo 1,55ºC
* Foram documentadas 86 tempestades tropicais, incluindo a Acará no Brasil
* Das tempestades registradas, 43 se transformaram em ciclones e 22 em grandes ciclones
António Guterres, secretário-geral da ONU, ressaltou que embora anos individuais ultrapassem o limite do Acordo de Paris, isso não significa o fracasso da meta de longo prazo. “Significa é que precisamos lutar ainda mais para entrar no caminho certo. Ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática, mas os líderes devem agir agora.”
O meteorologista Ernesto Rodríguez Camino, da Associação Meteorológica da Espanha, aponta que o fenômeno El Niño contribuiu para o aquecimento em 2024, além das emissões de gases de efeito estufa. Um estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica revelou que os desastres no Brasil aumentaram 250% nos últimos quatro anos.
A COP30, que será realizada em Belém do Pará, surge como momento crucial para que os países apresentem a revisão de suas metas climáticas, aumentando o nível de ambição no combate às mudanças climáticas.
