O Ministério do Trabalho e Emprego em Minas Gerais convocou uma reunião emergencial para discutir o fechamento por tempo indeterminado do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A situação tem gerado sobrecarga no Hospital João XXIII, que passou a receber aproximadamente 200 cirurgias mensais adicionais.
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/MG) convocou para a reunião o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, representantes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e funcionários do HMAL.
Segundo a Fhemig, o fechamento do bloco cirúrgico ocorreu devido a danos no intensificador de imagens e outros equipamentos essenciais. No entanto, profissionais do hospital contestam a necessidade do fechamento completo da ala.
* Os servidores denunciam que o bloco foi totalmente esvaziado, com móveis e equipamentos recolhidos e portas trancadas.
* A técnica de enfermagem Angélica Silva Manso Sampaio, de 40 anos, afirma: “Esse intensificador de imagens ter estragado não inviabiliza todas as cirurgias. Algumas ainda são possíveis de serem realizadas no Amélia Lins, não explica ter que fechar o bloco inteiro”.
* Profissionais relatam sobrecarga de trabalho e cancelamento de cirurgias, com enfermeiras apresentando crises de ansiedade devido à mudança repentina na rotina.
A Fhemig defende que “os procedimentos levados ao João XXIII são de baixa complexidade e curto tempo de internação, entre 24 e 48 horas” e que “não houve nenhum prejuízo para os pacientes”.
Em assembleia realizada na última quarta-feira, os trabalhadores do HMAL formaram uma comissão para solicitar à diretoria da Fhemig a normalização dos atendimentos, esperando que a manutenção seja concluída até a próxima semana.
A Fhemig ressalta que foram investidos R$ 31 milhões no Complexo Hospitalar de Urgência nos últimos dois anos, beneficiando ambos os hospitais com equipamentos de ponta.