O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) ainda não formalizou junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido de mudança de nome para “Brasileiro”, conforme anunciado pelo empresário Pablo Marçal. A alteração depende da aprovação do TSE após análise de documentação comprobatória do interesse pela troca.
Desde 2017, o TSE já autorizou a mudança de nome de dez partidos políticos, refletindo uma tendência que especialistas associam à crise política brasileira, intensificada após escândalos como o mensalão e a operação Lava-Jato.
* Em 2017, os primeiros três pedidos de alteração chegaram à Justiça Eleitoral, com destaque para o Partido Trabalhista Nacional (PTN), que se tornou Podemos
* Em 2018, o PMDB simplificou seu nome para MDB, removendo o “P” inicial
* O ano de 2019 marcou mudanças significativas com o PRB tornando-se Republicanos e o PR transformando-se em PL
* Em 2022, ocorreu a fusão entre Democratas e PSL, originando o União Brasil
* Em 2023, PTB e Patriota se uniram para formar o PRD após a prisão de Roberto Jefferson
A cientista política Mayra Goulart, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, analisa: “Há uma certa crise ou falta de popularidade crescente em torno da ideia de partido. Esse afastamento da população está relacionado a esses eventos históricos que implodiram a credibilidade do sistema partidário”.
Segundo a cientista política Luciana Santana, da Universidade Federal de Alagoas, as mudanças são mais comuns em partidos de centro-direita: “Muitos dos partidos de centro-direita têm um passado fisiológico, foram citados em escândalos de corrupção e têm interesse nessa repaginação”.
Atualmente, 19 propostas para formação de novos partidos tramitam no TSE, sendo o processo mais avançado o do Movimento Brasil Livre (MBL), que busca criar o partido “Missão”.