Índice de preço de imóveis registra alta de 8%, maior desde 2013

Índice de preço de imóveis registra alta de 8%, maior desde 2013

Índice FipeZap aponta maior aumento desde 2013 nos preços dos imóveis residenciais, superando a inflação registrada pelo IBGE nos últimos 12 meses

O mercado imobiliário brasileiro registrou uma expressiva valorização em 2024, com os preços dos imóveis residenciais apresentando um aumento significativo que superou os índices inflacionários do período.

O índice FipeZap de venda residencial encerrou 2024 com uma alta de quase 8%, marcando o maior aumento desde 2013, quando o índice se aproximou dos 14%. Este resultado superou a inflação registrada pelo IBGE nos últimos 12 meses até novembro.

Destaques por região

* Curitiba liderou o ranking de valorização com um aumento de 18% em 2024
* Salvador ocupou a segunda posição
* João Pessoa, Aracaju e Belo Horizonte completaram o top 5 das cidades com maiores altas

O levantamento do FipeZap, que avaliou 56 cidades, incluindo 22 capitais, revelou que o preço médio do metro quadrado nas localidades pesquisadas atingiu R$ 9.336. Na prática, isso significa que um apartamento de 50 m² pode custar aproximadamente R$ 500 mil. A pesquisa também identificou que os imóveis de um quarto foram os que registraram maior valorização.

“Esse cenário está relacionado com a economia brasileira. No começo do ano, a gente não imaginava que o PIB cresceria o montante que cresceu e também não imaginava que o mercado de trabalho ficaria aquecido”, explica Paula Reis, economista do DataZap.

“Há uma escassez de terrenos, especialmente nas regiões mais valorizadas, e isso gera essa compactação dos apartamentos, para poder comportar mais pessoas e também ter um custo geral mais baixo”, acrescenta a economista.

Renato Michel, presidente do Comitê de Economia da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, destaca que o aumento nos preços foi influenciado pelo custo dos insumos e pela alta demanda. “Mais importante do que o aumento de preço é a gente falar da taxa de juros. A maioria das famílias vai precisar de um financiamento imobiliário para realizar o sonho da casa própria. E a falta de recursos do FGTS, aliada ao aumento da taxa Selic, dificultam a tomada de financiamento pelo adquirente”, explica.

O cenário atual reflete diretamente na vida dos brasileiros que sonham com a casa própria. Helder Alessandro Martins, que trabalha como segurança em Belo Horizonte, expressa sua frustração: “Ainda mais pagando aluguel e pagando imóvel. Não tem como, muito caro. Agora está longe esse sonho aí. Está bem distante”.

Por outro lado, histórias de sucesso como a da advogada e perita imobiliária Érica Bicalho de Souza Lima, que conseguiu adquirir seu primeiro apartamento após cinco anos de planejamento financeiro, mostram que é possível realizar o sonho da casa própria com disciplina e organização. “É bom a pessoa se planejar, ter disciplina, fazer realmente planilhas, ter isso em mente mesmo. É acreditar que você é capaz de conseguir, que você vai conseguir”, afirma.

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