Ricardo Cappelli, ex-secretário executivo do Ministério da Justiça e atual presidente da Associação Brasileira de Direito Industrial (ABDI), fez uma análise detalhada sobre os desdobramentos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, destacando a importância histórica dos julgamentos previstos para 2025.
Em entrevista, Cappelli, que atuou como interventor na segurança pública do Distrito Federal após os ataques, revelou detalhes importantes sobre o dia dos ataques e compartilhou sua visão sobre o futuro dos processos relacionados aos atos golpistas.
* Cappelli testemunhou pessoalmente a presença de blindados do Exército e homens da Polícia do Exército impedindo o ingresso de tropas da Polícia Militar no Setor Militar Urbano durante os eventos de 8 de janeiro.
* O ex-interventor enfatizou a necessidade de separar as instituições das ações individuais: “Eu defendo as Forças Armadas, mas defendo, também, que quem cometeu erros responda por eles, porque a instituição Exército não pode ser responsabilizada pelo erro de CPF, de pessoas físicas”.
* Sobre o processo judicial, destacou que 36 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, foram indiciadas pela Polícia Federal por participação na tentativa de golpe de Estado.
Em relação ao cenário futuro, Cappelli mostrou-se otimista quanto à força das instituições democráticas brasileiras. Ele ressaltou que 86% da população brasileira não concorda com os eventos do 8 de janeiro e defendeu que não há meio-termo na questão: ou se está ao lado da democracia ou dos golpistas.
Quanto às possíveis influências internacionais, especialmente sobre uma eventual eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, Cappelli minimizou os impactos, argumentando que as relações internacionais são guiadas por interesses pragmáticos e não por alinhamentos ideológicos.
O ex-interventor concluiu destacando os avanços econômicos do país, citando o crescimento do PIB e a redução do desemprego como indicadores de que o Brasil superou esse momento difícil e está mais forte, demonstrando confiança no futuro da democracia brasileira.