O governador Romeu Zema (Novo) decidiu não comparecer ao ato organizado pelo governo federal para marcar dois anos dos eventos de 8 de janeiro em Brasília. A confirmação foi feita por fontes do alto escalão do governo mineiro, após convite do Palácio do Planalto estendido a presidentes dos Três Poderes e governadores.
Esta não é a primeira vez que Zema declina de participar do evento. No ano anterior, o governador havia confirmado presença, mas posteriormente desistiu. Nos bastidores, comenta-se que a decisão foi influenciada por pressões de membros do partido Novo.
A postura do governador mineiro reflete uma tendência entre os governadores alinhados à direita. Parlamentares conservadores consultados mantêm o entendimento de que representantes deste espectro político não deveriam participar da cerimônia, alegando que o evento poderia ser utilizado como palanque político pelo presidente Lula.
O episódio evidencia a divisão de narrativas sobre os acontecimentos do 8 de janeiro:
* Para o governo federal e políticos de esquerda, os atos são classificados como antidemocráticos e terroristas, representando um grave ataque à democracia
* Defendem punições severas tanto para os envolvidos diretos quanto para financiadores dos acampamentos e caravanas
* Do lado conservador, embora reconheçam o vandalismo ocorrido nas sedes dos Três Poderes, criticam o que consideram excessos nas condenações
* A direita questiona especialmente as penas superiores a 20 anos aplicadas aos participantes, defendendo inclusive uma possível anistia aos condenados
O ministro Alexandre de Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante os eventos de 2023, confirmou presença na solenidade principal, que acontecerá no Palácio do Planalto, onde deve realizar um pronunciamento.
A cerimônia marca dois anos dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, episódio que gerou intenso debate político e jurídico no país, evidenciando as diferentes interpretações sobre os acontecimentos e suas consequências.