O número de tentativas de feminicídio em Minas Gerais registrou um aumento alarmante de 56% entre janeiro e outubro de 2024, totalizando 217 casos, em comparação com 139 registros no mesmo período do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Em média, 22 mulheres por mês foram vítimas de tentativas de feminicídio no estado, com março sendo o mês mais violento, registrando 28 ocorrências.
A advogada criminalista Isabela Pedersoli destaca a necessidade de maior investimento em prevenção e estruturas de apoio. “Atualmente, investe-se pouco. Vemos poucas delegacias especializadas em atendimento à mulher sendo construídas”, afirma.
O Governo de Minas informou que mantém 70 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM) em funcionamento, além de outras iniciativas como a “Casa da Mulher Mineira” e o projeto “Chame a Frida”, um chatbot para atendimento imediato às vítimas.
O psicólogo Thales Coutinho ressalta a importância do acompanhamento médico para as vítimas: “O trauma se repete como um looping por bastante tempo. As lembranças do momento vão se repetindo e causam ansiedade”.
Apesar do aumento nas tentativas, houve uma redução de 22,8% nos casos de feminicídio consumado no estado, passando de 153 para 118 vítimas no período analisado. As forças de segurança formalizaram 58,2 mil pedidos de medidas protetivas à Justiça, uma média de 5,3 mil solicitações mensais.