Projeto na Câmara de BH prevê multa para ‘músicas impróprias’ em escolas

Projeto na Câmara de BH prevê multa para ‘músicas impróprias’ em escolas

Vereadora apresenta projeto que prevê multa de até R$ 10 mil e possível suspensão de alvará para escolas que permitirem músicas consideradas impróprias

A vereadora Flávia Borja (DC) apresentou na Câmara Municipal de Belo Horizonte o Projeto de Lei 1.022 de 2024, que propõe medidas restritivas contra escolas que permitirem a execução de músicas consideradas impróprias em suas dependências. O projeto, atualmente em análise na Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), prevê multas que podem chegar a R$ 10 mil e até mesmo a suspensão do alvará de funcionamento das instituições.

De acordo com o projeto, são consideradas impróprias músicas que contenham conteúdo sexual, vulgar, obsceno, apologia às drogas, incitação ao crime ou “conteúdo degradante explícito”. A proposta estabelece três diretrizes principais:

* As músicas executadas em ambientes e eventos escolares devem ser adequadas à faixa etária dos alunos, com proibição expressa de conteúdos considerados impróprios ou que não sejam apropriados ao contexto educativo.

* Para creches e escolas de ensino infantil, serão permitidas apenas músicas com conteúdo adequado para crianças, que promovam a educação e o desenvolvimento emocional e intelectual.

* No ensino médio, as músicas poderão abordar temas mais complexos, desde que sejam adequados à idade dos estudantes e ao ambiente escolar.

O projeto estabelece um sistema progressivo de penalidades:

* Primeira infração: multa de R$ 500 e advertência por escrito
* Reincidência: multa entre R$ 1 mil e R$ 10 mil, considerando a faixa etária dos estudantes
* Reincidência grave: possibilidade de suspensão temporária de eventos ou perda do alvará de funcionamento para instituições privadas

Flávia Borja justifica a proposta afirmando que é “dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente”. Segundo a vereadora, o projeto nasceu de uma denúncia feita por uma família ao seu mandato. Quando questionada sobre exemplos de músicas impróprias, a parlamentar explicou que são aquelas que contêm “palavras obscenas, de cunho erótico, que fazem apologia às drogas, crimes e que objetificam principalmente as meninas”.

A vereadora defende que o projeto não impossibilita debates em sala de aula, afirmando que “qualquer tema pode ser debatido, levado através de uma pesquisa ou trabalho escolar, como sempre aconteceu”. Ela ressalta que o objetivo é proteger as crianças de exposições inadequadas ao ambiente escolar.

O projeto encontra-se sob relatoria da vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo), sem prazo definido para avançar na Casa.

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