O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta quarta-feira (11) sua última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto para definir o novo aumento da taxa básica de juros, a Selic. A decisão ocorre em um cenário de pressão inflacionária, impulsionada pela alta do dólar e dos preços dos alimentos.
Esta será a terceira elevação consecutiva da Selic, com expectativa de aumento de 0,75 ponto percentual, elevando a taxa para 12% ao ano, segundo o boletim Focus. A partir de janeiro, a presidência do BC será assumida por Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária.
* O Copom alertou sobre incertezas no cenário internacional, especialmente nos Estados Unidos, gerando dúvidas sobre os processos de desaceleração econômica e desinflação
* No âmbito doméstico, o comitê tem acompanhado atentamente a política fiscal e demandado ajustes nos gastos públicos
* A taxa Selic passou por um período de estabilidade em 13,75% entre agosto de 2021 e 2022, seguido por uma série de cortes que a levaram ao patamar atual
* O IPCA de novembro registrou alta de 0,39%, acumulando 4,87% em 12 meses, superando as estimativas do boletim Focus
* Alimentos e serviços têm sido os principais responsáveis pela pressão inflacionária, segundo dados do IBGE
* A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024 é de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros como principal instrumento para controle da inflação, atuando diariamente através de operações de mercado aberto. O aumento da Selic visa conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, embora possa impactar o crescimento econômico.
O Copom se reúne a cada 45 dias para análise técnica da economia brasileira e mundial, definindo a taxa básica de juros. O próximo Relatório de Inflação será divulgado no fim de dezembro, com novas projeções considerando o cenário atual de alta do dólar e impactos da seca.