O Mercosul e a União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira a conclusão histórica do acordo comercial entre as duas regiões, marcando o fim de um processo de negociação que se estendeu por 25 anos. O anúncio foi feito em Montevidéu pelo presidente uruguaio Luis Lacalle Pou e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na presença dos presidentes do Brasil, Argentina e Paraguai.
“Os negociadores trabalharam de forma incansável durante anos e tiveram sucesso”, declarou Von der Leyen durante o anúncio. “Estamos fortalecendo essa aliança única como nunca antes e, fazendo isso, estamos enviando uma mensagem clara e poderosa para o mundo”, acrescentou.
O acordo visa eliminar a maioria das tarifas entre as duas zonas econômicas, estabelecendo um mercado conjunto de mais de 700 milhões de consumidores. Para os países do Mercosul, o acordo representa acesso privilegiado ao mercado europeu para commodities agrícolas, incluindo carne, açúcar e soja. Em contrapartida, a UE terá maior facilidade para exportar produtos industrializados, como veículos, maquinário e produtos farmacêuticos.
* O texto final passará por revisões e será traduzido para 23 línguas antes da assinatura oficial
* Após a assinatura, o acordo precisará ser aprovado pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu
* A implementação completa de algumas medidas, como no setor automotivo, ocorrerá gradualmente ao longo de 15 anos
* A França emerge como principal opositora ao acordo, buscando apoio de países como Holanda, Áustria e Itália
* Questões ambientais e protecionismo agrícola são os principais pontos de tensão
* Em 2023, foram incluídos novos protocolos relacionados à proteção ambiental e compras governamentais
“Sei que os ventos fortes sopram para isolamento, mas esse acordo é uma resposta”, enfatizou Von der Leyen, destacando a importância geopolítica da parceria em um cenário global cada vez mais fragmentado.