O Itaú Unibanco anunciou na última sexta-feira (29) a demissão de Eduardo Tracanella, diretor de marketing da instituição. O desligamento ocorreu devido ao mau uso do cartão de crédito corporativo, conforme comunicado oficial do banco aos funcionários.
Tracanella, de 59 anos, conhecido como “Traca”, construiu uma carreira de 27 anos no Itaú, sendo os últimos seis como diretor de marketing. Formado em comunicação social com habilitação em propaganda e marketing pela ESPM, ingressou no banco em 1997 como analista de marketing.
Durante sua trajetória profissional, o executivo acumulou conquistas significativas:
* Conquistou três vezes o prêmio Caboré como anunciante do ano, além de ser reconhecido como melhor profissional de marketing em 2014
* Recebeu quatro prêmios Cannes Lions do festival de publicidade francês
* Liderou campanhas marcantes com celebridades internacionais como Madonna e Lewis Hamilton
* Estabeleceu parcerias estratégicas com agências renomadas como Africa e Galeria
* Alcançou um recorde no Guinness World Records com um evento de leitura filosófica no Parque do Ibirapuera, protagonizado por Fernanda Montenegro
Sob sua gestão, o departamento de marketing do Itaú movimentava aproximadamente R$ 2 bilhões por ano, consolidando-o como um dos diretores de marketing mais influentes do Brasil.
Após a demissão, o banco emitiu um comunicado interno afirmando que “a decisão foi tomada exclusivamente pelo mau uso do cartão de crédito corporativo. Todos sabemos que ética é inegociável no Itaú Unibanco”.
Em sua despedida pelo LinkedIn, antes da divulgação do motivo oficial do desligamento, Tracanella expressou gratidão ao banco e mencionou que se dedicará mais à família. Em entrevista posterior ao site Meio & Mensagem, descreveu sua jornada como “incrível e vitoriosa”, destacando o sucesso da campanha do centenário do banco e o lançamento da nova marca como um momento oportuno para encerrar seu ciclo.
A decisão de comunicar abertamente o motivo da demissão aos funcionários ocorreu após uma onda de especulações internas, segundo informações da colunista Josette Goulart do UOL. O banco reiterou que não houve outras motivações além do uso inadequado do cartão corporativo para o desligamento do diretor.