A Polícia Federal (PF) iniciou uma operação nesta quarta-feira para investigar a inserção de dados falsos no Sistema de Filiação Partidária (FILIA) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa ação fraudulenta resultou na filiação indevida do presidente Lula ao Partido Liberal (PL) em julho de 2023, mantendo-o filiado ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro por quase seis meses.
A investigação revelou que não houve invasão ao sistema do TSE, mas sim um pedido fraudulento de filiação partidária em nome do presidente Lula. O caso, inicialmente divulgado em janeiro, levou a PF a cumprir um mandado de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul.
A PF esclareceu que o uso de dados falsos ocorreu desde o início do processo de filiação. O procedimento envolveu o preenchimento de um formulário digital no site oficial do partido, incluindo informações pessoais, políticas, selfie, documentos, endereço e dados de contato.
Um funcionário do PL, também sob investigação, realizou a etapa de moderação que permitiu que o pedido fraudulento fosse recebido pelo TSE, mesmo contendo dados falsos.
Segundo a PF, os investigados podem responder por invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e falsa identidade.
A inclusão indevida de Lula no sistema Filia ocorreu em 17 de julho de 2023, às 9h43, em nome da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar, que presta serviços ao PL. No entanto, suspeita-se que outra pessoa tenha realizado a operação.
O PL, quando procurado, divulgou uma nota da empresa Idatha, contratada para consolidar essas informações. A empresa afirmou que todo o fluxo de filiação é registrado no sistema, mantendo informações e documentos auditáveis.
A Idatha declarou: ‘Em respeito a este possível incidente, a empresa pretende verificar e está totalmente à disposição das autoridades para contribuir com o que for necessário’.
No histórico de filiações de Lula, constava sua filiação ao PT desde 4 de maio de 1981 e, posteriormente, uma filiação ao PL em 15 de julho de 2023.