Dias após a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), já se discute nos bastidores a composição do próximo secretariado. Partidos aliados, incluindo o PT do presidente Lula, disputam cargos estratégicos na administração municipal.
O prefeito Fuad Noman afirmou que ainda não decidiu sobre possíveis mudanças em sua equipe. Ele declarou: ‘Ainda não decidi, tenho dois meses pela frente. Primeiro, quero descansar depois das eleições. Tenho uma equipe muito boa, mas pode ser que eventualmente tenha que dar uma mexida. Vou resolver lá para o final de novembro’. A declaração ocorreu em entrevista ao Globo.
Apesar da postura cautelosa do prefeito, o PT já especula sobre possíveis pastas que poderia assumir. As secretarias de Fazenda, Mobilidade Urbana e Saúde são as mais cobiçadas pelo partido. Há também a possibilidade de criação de uma nova estrutura dedicada à Política Internacional.
Nomes que já ocuparam secretarias na capital mineira no passado são cogitados para esses cargos. O recém-eleito vereador Pedro Rousseff, sobrinho de Dilma Rousseff, também é mencionado como uma possibilidade.
Guima Jardim, presidente municipal do PT em Belo Horizonte, expressou seu apoio à ideia do partido integrar a prefeitura: ‘PT vai ter reuniões internas para discutir isso. Não temos uma opinião construída ainda, mas acho que temos uma contribuição a dar para a cidade. Temos que fazer esse esforço democrático para colocar BH num patamar que a extrema-direita não volte a disputar com força’.
Além do PT, outros partidos que apoiaram Fuad Noman buscam espaço na administração. O prefeito esteve coligado com seis siglas durante a eleição: Solidariedade, União Brasil, PRD, PSD, Agir, Avante e PSDB/Cidadania.
O União Brasil, responsável por indicar o vice-prefeito eleito, Álvaro Damião, é visto como um dos partidos com maior potencial de influência. Damião deve assumir uma Coordenadoria de Relacionamento com as Vilas e Favelas, anunciada por Fuad.
Fuad Noman explicou a criação desta nova coordenadoria: ‘Passei a visitar todas as vilas e favelas, visitamos as ocupações, ouvimos muito. Uma das reclamações maiores era a falta de interlocução com a prefeitura. O trabalho nós fazíamos, todos reconhecem as melhorias, mas eles querem mais coisas, ações e demandas que não entendemos. Eu cheguei a conclusão que nós precisamos atender essas pessoas, dar dignidade nas vilas e favelas. Estamos criando uma coordenadoria de relacionamento com as vilas e favelas. O embaixador será o nosso vice, Álvaro Damião’.
O União Brasil também foi crucial na campanha de Fuad, proporcionando o segundo maior tempo de televisão e contribuindo financeiramente com R$ 7,5 milhões, superando até mesmo o partido do prefeito.
Outros partidos, como o PV e a Rede Sustentabilidade, que já fazem parte da base de Fuad na Câmara, também devem manter sua presença no governo. Paulo Lamac, da Rede, retornou hoje à chefia da Secretaria Municipal de Assuntos Institucionais e Comunicação Social.