Para 62% dos brasileiros, celulares deveriam ser proibidos nas escolas

Para 62% dos brasileiros, celulares deveriam ser proibidos nas escolas

Pesquisa Datafolha revela que 62% dos entrevistados são favoráveis à proibição, enquanto MEC planeja projeto de lei para banir smartphones nas instituições de ensino

Uma recente pesquisa do Instituto Datafolha revelou que a maioria dos brasileiros apoia a proibição de celulares nas escolas. O estudo, que entrevistou 2.029 pessoas em 113 municípios, mostrou que 62% dos brasileiros com 16 anos ou mais são favoráveis à proibição dos smartphones tanto nas salas de aula quanto no recreio. Entre os pais de crianças de até 12 anos, o apoio é ainda maior, chegando a 65%.

A opinião pública parece estar alinhada com as intenções do Ministério da Educação (MEC), que anunciou planos para apresentar um projeto de lei visando banir o uso de celulares em todas as instituições de ensino do país.

A pesquisa Datafolha também revelou um dado surpreendente: 43% dos pais de crianças de até 12 anos afirmam que seus filhos já possuem smartphones próprios. Esse número sobe para 50% quando se incluem os pais de adolescentes.

O estudo foi realizado nos dias 7 e 8 de outubro, com uma margem de erro geral de dois pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%. Para os dados específicos sobre pais, a margem de erro é de quatro pontos.

Atualmente, mesmo sem uma determinação nacional, 28% das instituições de ensino urbanas e rurais já implementaram restrições rígidas em relação aos smartphones, conforme a pesquisa TIC Educação 2023, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Debate sobre os impactos do uso de celulares na educação

A UNESCO, em seu relatório mais recente, faz uma leitura crítica sobre o uso de tecnologia nas salas de aula. A organização alerta para possíveis prejuízos na concentração dos estudantes e sugere que os celulares sejam banidos das escolas.

Estudos acadêmicos reforçam essa preocupação. Uma pesquisa da Universidade de Stavanger, na Noruega, indica que o simples ato de ‘scrollar’ um site, em vez de virar páginas de um livro físico, pode prejudicar a memória e a habilidade de interpretação.

A Universidade Harvard também demonstrou que o excesso de tecnologia pode levar a problemas de comunicação, distúrbios do sono e atrasos no desenvolvimento cognitivo.

Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, enfatiza a necessidade de limites rigorosos: ‘É preciso colocar um limite firme e rigoroso, para que o aluno possa ter seu desenvolvimento cognitivo e seu aprendizado garantidos, além de preservar a convivência social e desenvolvimento emocional’.

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