Duas mulheres baianas, Maria Carla e Eliana, compartilham suas experiências de enfrentamento ao câncer de mama, destacando a importância crucial da prevenção e detecção precoce da doença. Apesar de viverem em bairros diferentes de Salvador e terem idades distintas, ambas passaram pelo desafio do diagnóstico e tratamento do câncer de mama, enfatizando que a prevenção é essencial para salvar vidas.
A Bahia registrou 919 mortes por complicações do câncer de mama entre janeiro e outubro deste ano, uma média alarmante de 102 óbitos por dia. Em 2023, o total chegou a 1.223 mortes. Esses números ressaltam a importância do diagnóstico precoce.
• A médica Carolina Argolo, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Bahia (SBM-BA), destaca a alta taxa de cura do câncer de mama quando diagnosticado precocemente: ‘O câncer de mama tem até 95% de chance de cura, se diagnosticado precocemente. É uma doença que quanto mais cedo for descoberta, menor é o impacto do tratamento na vida dos pacientes’.
• Maria Carla Barreiros, 53 anos, e Eliana Almeida dos Santos, 68 anos, tiveram suas vidas impactadas pelo diagnóstico precoce. Ambas seguiram a recomendação de realizar o autoexame e a mamografia anual, o que possibilitou a detecção da doença em estágio inicial.
• A nutricionista Maria Clara relata que o nódulo foi detectado apenas na mamografia, não sendo percebido no autoexame nem no ultrassom. Ela compartilha: ‘Quando contei para minha família, veio o choque. Eu estava tranquila com o diagnóstico até ver o desespero deles e me desesperar. Foi um período horroroso, de muitas dúvidas’.
• O tratamento de Maria Carla incluiu cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Um dos momentos mais difíceis foi a perda do cabelo: ‘Minha mãe veio passar a máquina no meu cabelo e eu não liguei naquele momento. Mas depois, comecei a olhar no espelho e não me reconhecer’.
• Eliana Almeida dos Santos enfrentou o câncer de mama duas vezes. O primeiro diagnóstico foi em 2001, aos 45 anos. Ela relembra: ‘Achei que fosse morrer’. Após o tratamento, ficou curada por mais de 20 anos, até ser surpreendida com um novo diagnóstico no ano passado, desta vez em ambas as mamas.
• Apesar da gravidade do retorno da doença, Eliana enfrentou o segundo tratamento de forma mais positiva: ‘Descobri que ter câncer não significa morrer e fiz o que pude para esse período ser mais leve. Precisei tirar as mamas, mas, é como sempre digo, eu não sou reduzida a dois peitos’.