O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira, 15, uma revisão para baixo na estimativa da safra agrícola brasileira de 2024. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro, a produção total deve alcançar 295,1 milhões de toneladas, representando uma queda de 6,4% em relação a 2023.
A redução na estimativa foi impulsionada principalmente por diminuições nas projeções de produção de soja (4,9%), milho (11%) e sorgo (8,7%). Este cenário reflete uma queda de 0,4% em comparação com a previsão feita em agosto, o que equivale a 1,2 milhão de toneladas a menos.
Carlos Barradas, gerente do LSPA, explicou o contexto desta redução: ‘Em comparação ao que vimos no ano passado, a safra de 2024 tem mostrado grandes perdas na safra de verão e na segunda safra. Os períodos de seca prolongaram-se e afetaram fortemente a produção em diversos estados, principalmente Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Paraná’.
Barradas também destacou os desafios enfrentados no Rio Grande do Sul: ‘Além disso, no Rio Grande do Sul a colheita não aconteceu do jeito que se esperava, pois as enchentes que atingiram o estado em abril e maio deste ano prejudicaram a safra’. Apesar desses contratempos, a produção gaúcha ainda apresenta crescimento em relação a 2023.
Nem todas as culturas sofreram reduções. O IBGE registrou aumentos nas estimativas de produção de várias safras, incluindo batata 2ª safra (11,3%), sorgo (2,9%), e algodão herbáceo em caroço (2,7%).
Barradas ressaltou um ponto positivo: ‘A produção de algodão herbáceo (em caroço) estabeleceu novo recorde histórico em setembro, com uma estimativa de 8,8 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 2,7% na comparação com os dados de agosto’.
Por outro lado, culturas como laranja (13%), cevada (8,1%), trigo (6,1%) e café canephora (4,7%) tiveram suas estimativas reduzidas.