Menino com braço reimplantado após acidente recebe alta no Rio

Menino com braço reimplantado após acidente recebe alta no Rio

Davi, de 8 anos, deixa hospital após cirurgia bem-sucedida. Ação rápida de motoboy foi crucial para o sucesso do procedimento.

Um incidente em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve um desfecho positivo. Davi Geovane Guimarães, um menino de 8 anos que perdeu o braço em um acidente de ônibus, recebeu alta médica nesta segunda-feira (14), após uma cirurgia bem-sucedida de reimplante do membro.

O acidente ocorreu no início do mês passado, quando um ônibus da linha 476 tombou, resultando na amputação do braço de Davi. A rápida ação de um motoboy, Diego Mendes, foi crucial para o sucesso da cirurgia de reimplante.

A saída do hospital foi marcada pela escolha especial do traje de Davi: uma camisa do Flamengo e um boné de super-herói. O primeiro desejo do menino ao chegar em casa era brincar com sua cachorrinha, Pandora.

A mãe de Davi, Aparecida, expressou sua gratidão: ‘Se tem uma coisa que eu aprendi, é que é um dia de cada vez. A felicidade não cabe no coração, é uma gratidão para o resto da vida’.

O cirurgião plástico Rudolf Nunes Köbig, responsável pelo reimplante, enfatizou a importância da ação rápida do motoboy Diego Mendes. Segundo o médico: ‘Se tivesse demorado um pouquinho mais, demorado um pouquinho mais, infelizmente, seria inviável. Uma cirurgia dessa poderia colocar a criança em risco’.

A cirurgia, que durou cinco horas, contou com a participação de dois ortopedistas além do cirurgião plástico. O principal desafio foi reconstituir os vasos sanguíneos, utilizando um microscópio que amplia em até 40 vezes a área afetada.

O Dr. Köbig explicou o prognóstico de Davi: ‘Em termos de membro superior, ele tem um ombro preservado. A gente vai restabelecer a movimentação do cotovelo. E uma coisa mais crítica seria a recuperação dos movimentos da mão, porque ele depende da capacidade de regeneração dos nervos’.

O motoboy Diego Mendes compartilhou seus pensamentos no momento do resgate: ‘Eu pensei nas minhas filhas. Eu vi aquela criança no meio da confusão e na hora eu só pensei: ‘Eu tenho que salvar essa criança!’ Depois, única coisa que passou pela minha cabeça era voltar para levar o bracinho dele, porque eu sabia que tinha uma chance de implantar o bracinho dele de volta’.

A comunidade local se uniu para ajudar as vítimas do acidente. Samuel Oliveira da Silva, um autônomo, retirou o braço de Davi de dentro do ônibus, enquanto a comerciante Patrícia Santos de Brito guardou o membro até que fosse levado ao hospital.

Patrícia ressaltou a importância da empatia: ‘A gente pegou o saco de gelo, colocamos dentro e entregamos o braço do Davi para os bombeiros. Não foi heroico. É o ser humano querer ajudar o outro. Eu acho que a gente tem que ter mais empatia pelo próximo. As pessoas estão muito agressivas, as pessoas têm que ajudar o próximo’.

Davi ainda precisará de mais uma cirurgia para recuperar os movimentos da mão e passará por um longo período de terapia. 

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