Brasil perde 37,8% da água tratada, revela estudo do SNIS

Brasil perde 37,8% da água tratada, revela estudo do SNIS

Desperdício e ligações clandestinas são principais causas. Novo Marco Legal do Saneamento busca fornecer água a 99% da população.

O Brasil enfrenta um problema estrutural significativo de perda de água, apesar de sua vasta quantidade de recursos hídricos. De acordo com dados de 2022 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 37,8% de toda a água tratada no país é perdida, seja por ligações clandestinas ou desperdício. Isso gera consequências profundas que impactam diretamente a sociedade, resultando em desigualdade no acesso e escassez em regiões já afetadas por secas.

As causas desse problema são múltiplas, incluindo a falta de investimento em infraestrutura ao longo dos anos e o aumento de ligações clandestinas, especialmente em áreas periféricas.

O Novo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020) estabelece metas ambiciosas, como fornecer água a 99% da população. Este desafio torna-se ainda mais complexo considerando o crescimento populacional e as condições precárias de vida de muitos brasileiros.

Nas grandes metrópoles, o crescimento desordenado em busca de melhores condições de trabalho favoreceu diversas práticas ilegais, gerando impactos sociais e econômicos duradouros. Em muitas áreas, o acesso é difícil e as máquinas não conseguem avançar, complicando ainda mais a situação.

Historicamente, o Brasil enfrenta atrasos no setor de saneamento. Após a chegada da família real portuguesa em 1808, a população brasileira cresceu sistematicamente, aumentando a necessidade de obras de saneamento. No entanto, o primeiro sistema de abastecimento de água encanada só foi construído entre 1857 e 1877, pelo Governo de São Paulo.

Para solucionar esse problema, é necessário um esforço conjunto entre concessionárias e prefeituras, desenvolvendo estratégias de engenharia e urbanização que garantam a dignidade de todos. Recentemente, foram recuperados 257 km de redes em diversas cidades do Estado do Rio de Janeiro, com 70% das operações realizadas por meio de um método não destrutivo, minimizando o transtorno para a população local.

Avanços tecnológicos têm permitido que essas mudanças sejam realizadas de forma menos invasiva, algo impensável há alguns anos. A implementação de redes novas melhora a eficiência e combate as ligações clandestinas.

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