Israel Katz, ministro da Defesa do governo Netanyahu, confirmou que Israel está implementando uma anexação “de facto” da Cisjordânia, através da construção de assentamentos judaicos e expulsão de palestinos do que ele chamou de “campos terroristas”.
Durante conferência sobre educação promovida pelo jornal sionista religioso Makor Rishor, Katz detalhou a estratégia israelense para o território palestino ocupado. “Estamos implementando uma política de soberania prática. É impossível, agora, declarar soberania”, afirmou o ministro, segundo reportagem do jornal Haaretz.
Pontos principais da política de anexação:
* O governo israelense autorizou a construção de 19 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia, território que está sob ocupação há 58 anos
* A decisão foi fortemente criticada por 14 países, incluindo Reino Unido, França, Espanha e Japão
* Em resposta às críticas internacionais, o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, declarou que “Governos estrangeiros não restringirão o direito dos judeus de viver na Terra de Israel”
* Katz também afirmou que “Israel nunca abandonará o território de Gaza” e permitirá que colonos judeus vivam no norte do enclave “em algum momento do futuro”
Segundo Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, a Cisjordânia enfrenta um processo sistemático de apropriação e confisco de terras. “A expansão de assentamentos judaicos busca sufocar os palestinos, sob os pontos de vista da geografia, da economia e da demografia”, denunciou.
O território tem registrado um aumento significativo nos ataques de colonos judeus, com até dez incidentes diários em várias regiões. Barghouti afirma que “Essas ações são estimuladas por ministros do governo israelense, que fazem parte da extrema direita e também são colonos”.
As restrições de movimento também afetaram significativamente a vida dos palestinos. Durante as celebrações de Natal em Belém, peregrinos cristãos enfrentaram severas dificuldades de acesso à cidade devido aos numerosos postos de controle israelenses.
Em paralelo aos acontecimentos na Cisjordânia, as Forças de Defesa de Israel (IDF) continuam suas operações militares. Na fronteira com o Líbano, um bombardeio israelense resultou na morte de Hussein Mahmud Marshad Al-Jawhari, membro da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária Iraniana.