O presidente venezuelano Nicolás Maduro denunciou neste domingo (21) uma “campanha de agressão” após as forças armadas dos Estados Unidos interceptarem um petroleiro no mar do Caribe. A declaração ocorre em meio a crescentes tensões entre os dois países, marcadas por sanções econômicas e pressões militares.
Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Maduro utilizou suas redes sociais para expressar que “corsários atacaram petroleiros” e que Caracas enfrenta uma perseguição sistemática. “Durante 25 semanas, a Venezuela denunciou, enfrentou e derrotou uma campanha de agressão que vai do terrorismo psicológico até os corsários que atacaram petroleiros”, afirmou o presidente venezuelano.
* A mais recente operação americana resultou na apreensão de uma embarcação que transportava aproximadamente 1,8 milhão de barris de petróleo cru venezuelano Merey, principal produto da economia do país
* No dia anterior, sábado (20), os Estados Unidos já haviam interceptado outro navio petroleiro próximo à costa venezuelana, após o presidente Donald Trump anunciar um “bloqueio total” aos petroleiros sancionados do regime Maduro
* O petroleiro apreendido no sábado, que tinha como destino a China, navegava sob bandeira panamenha com o nome falso “Crag”, sendo na realidade o VLCC Centuries, parte da chamada “frota fantasma” de Maduro
A estratégia venezuelana de utilizar uma “frota fantasma” consiste em navegar com bandeiras estrangeiras ou nomes falsos para ocultar o transporte de petróleo e contornar sanções internacionais. Segundo documentos divulgados pela Reuters, o petróleo havia sido adquirido pela Satau Tijana Oil Trading, uma intermediária envolvida nas vendas da estatal venezuelana para refinarias independentes chinesas.
As operações foram conduzidas em águas internacionais com reforço do Exército dos Estados Unidos, que acusa Nicolás Maduro de liderar uma rede de narcotráfico – acusação que o presidente venezuelano nega veementemente. Em resposta às interceptações, Maduro declarou: “Estamos preparados para acelerar a marcha da Revolução Profunda”.