França e Itália travam acordo UE-Mercosul 

França e Itália travam acordo UE-Mercosul 

Macron afirma que “contas não fecham” e descarta apoio ao pacto comercial; primeira-ministra italiana reforça oposição e pede garantias de reciprocidade

O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta quinta-feira (18) que seu país não dará apoio ao acordo comercial entre União Europeia e Mercosul sem medidas adicionais para proteger os agricultores franceses. A declaração ocorre em um momento crucial para as negociações do tratado, que vem sendo discutido há mais de duas décadas.

“Quero dizer aos nossos agricultores, que manifestam claramente a posição francesa desde o início: consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, afirmou Macron antes de uma reunião da UE. O presidente francês ainda enfatizou que seu país se oporá a qualquer tentativa de forçar a adoção do pacto comercial.

A posição francesa não está isolada. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também manifestou oposição ao acordo, alegando a necessidade de garantias de reciprocidade para proteger o agronegócio europeu. Mesmo após a aprovação pelo Parlamento Europeu na terça-feira (16), Meloni ressalta que as medidas ainda precisam ser negociadas na Comissão Europeia.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua frustração com a situação. “Faz 26 anos que a gente espera esse acordo. O acordo é mais favorável para eles do que para nós”, declarou Lula, acrescentando que o Brasil será “duro” nas negociações caso o acordo seja rejeitado.

O tratado em negociação desde 1999 tem como objetivo criar a maior área de comércio do mundo, abrangendo aproximadamente 718 milhões de consumidores e um PIB de cerca de 22 trilhões de dólares. A proposta inclui redução ou eliminação de tarifas para diversos setores industriais e agrícolas, com cerca de 77% dos produtos agropecuários do Mercosul podendo ter tarifas zeradas nas exportações para a UE.

O acordo prevê condições especiais para setores específicos, como o automotivo, especialmente para veículos elétricos e movidos a hidrogênio, com períodos de transição variando entre 18, 25 e 30 anos. Apenas uma pequena parcela dos bens negociados permaneceria sujeita a alíquotas ou tratamentos não tarifários.

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