O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso do subclado K da Influenza A (H3N2), conhecido popularmente como “gripe K”, em território brasileiro. A detecção ocorreu no estado do Pará, em uma amostra coletada de uma paciente estrangeira proveniente das ilhas Fiji.
O caso foi registrado em Belém no dia 26 de novembro, logo após o encerramento da COP-30. A análise inicial foi realizada pelo Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen-PA) e posteriormente confirmada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
A circulação da “gripe K” teve início na Europa, expandindo-se posteriormente para Ásia e África. Na América do Norte, Estados Unidos e Canadá também registram aumento progressivo de casos, conforme dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
* A Fiocruz classificou o caso como importado, sem evidências até o momento de transmissão local no país
* A amostra foi coletada de uma paciente adulta do sexo feminino
* O Brasil já apresentava aumento na circulação de Influenza A H3 sazonal antes da identificação do subclado K
A virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC, esclareceu que “Estamos observando, em diferentes estados, um pico secundário de influenza H3 neste final de ano, mas o clado associado a esse aumento não é o K. O que tem circulado aqui é o clado J.2.3”.
A vacinação continua sendo a principal ferramenta de proteção contra a gripe, especialmente para reduzir hospitalizações e casos graves. A pesquisadora Paola Resende destaca que “a gravidade da infecção, como em outros casos de gripe, está relacionada à presença de fatores de risco individuais, como idade avançada, gestação e comorbidades, e, ainda, à falta de anticorpos contra o vírus influenza”.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina contra gripe prioritariamente para grupos vulneráveis, incluindo crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos. A OMS atualizou a composição da vacina em setembro para incluir cepas mais próximas dos clados em circulação, incluindo o subclado K.
As medidas preventivas recomendadas incluem:
* Lavagem frequente das mãos
* Cobertura da boca ao tossir ou espirrar
* Isolamento em caso de febre ou sintomas
* Diagnóstico precoce
* Fortalecimento das medidas de prevenção e controle
Segundo a OMS, a evolução genética observada no subclado K é parte do processo natural de variação do vírus da influenza sazonal. Embora não haja relatos de mudanças significativas na gravidade clínica, as temporadas dominadas pelo A (H3N2) costumam ter maior impacto em idosos.