A CBF decidiu manter o regulamento vigente sobre as condições dos campos no futebol brasileiro, permitindo a continuidade do uso de gramados sintéticos. A decisão foi tomada durante o Conselho Técnico realizado nesta quinta-feira (11), conforme divulgado pelo Portal iG.
A decisão da CBF surge em um momento de intenso debate, após o Flamengo ter apresentado à entidade o “Programa de Avaliação e Monitoramento da Qualidade de Gramados do Futebol Brasileiro”, uma proposta que visa padronizar e melhorar as superfícies utilizadas no país.
O tema ganhou destaque após declarações contundentes de Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, durante a celebração do título do Campeonato Brasileiro. “Nós temos feito uma campanha contra o gramado de plástico. Ano que vem serão 18 estádios, seis de plástico. Não tem nenhum desses na Europa, na América do Sul. Ficam pegando ideia de países que têm 10 meses por ano de gelo, se não tiver um campo desse não joga futebol. No meu ponto de vista, é uma vergonha que se aceite isso no Brasil”, afirmou Bap.
O dirigente rubro-negro ainda acrescentou: “Vamos trabalhar abertamente contra isso, não só padronização, mas campo de plástico não. A posição do Flamengo é essa. Quem pensa em ganhar dinheiro fazendo shows devia trocar de negócio, sai do futebol e vai viver de show business, não tem problema. Mas achar que futebol precisa de campo de plástico porque vai fazer show, definitivamente a gente não concorda com isso”.
Em resposta às críticas do Flamengo, cinco clubes da Série A de 2026 que utilizam gramado sintético – Palmeiras, Athletico-PR, Atlético-MG, Chapecoense e Botafogo – emitiram uma nota conjunta defendendo a tecnologia. No documento, argumentam que a prática é “adotada de forma responsável, regulamentada e alinhada às melhores práticas internacionais”.
Os clubes também destacaram que não existe padronização de gramados no país, tornando injusta a crítica direcionada apenas aos campos artificiais. Afirmaram ainda que gramados sintéticos de alta performance podem superar campos naturais mal conservados e que não existem estudos científicos conclusivos que comprovem aumento de lesões em superfícies sintéticas modernas.