Sauá albino é visto pela primeira vez na Mata Atlântica em parque de Minas Gerais

Sauá albino é visto pela primeira vez na Mata Atlântica em parque de Minas Gerais

Pesquisadores registram primeiro caso de albinismo em sauá no Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, revelando possíveis impactos ambientais

Pesquisadores do projeto Primatas Perdidos fizeram história ao registrar o primeiro sauá albino (Callicebus nigrifrons) já documentado no mundo. A descoberta ocorreu no Parque Estadual do Rio Doce (Perd), em Minas Gerais, a maior área contínua de Mata Atlântica do estado.

O registro inédito foi realizado através de drones equipados com câmeras durante um levantamento populacional. “A câmera termal detectou o calor de alguns animais, e quando passamos para a câmera colorida, vimos um indivíduo completamente branco”, relata Vanessa Guimarães, bióloga e uma das fundadoras do projeto. As informações são da BBC Brasil. 

O avistamento é particularmente significativo porque casos de albinismo em primatas neotropicais são extremamente raros, e não existiam registros anteriores para a família do sauá, que inclui 63 espécies. O animal foi encontrado em companhia de outros dois sauás de coloração normal, aparentemente bem integrado ao grupo.

Impactos Ambientais e Preocupações

* O aparecimento do sauá albino pode indicar efeitos preocupantes do isolamento populacional e da degradação ambiental
* A região do entorno do parque sofre há mais de 150 anos com expansão urbana, monocultura e atividades agroindustriais
* O isolamento das populações pode resultar em endogamia, aumentando o risco de mutações genéticas
* Fatores externos como poluição atmosférica e uso de agrotóxicos podem interferir na expressão genética dos animais

O Parque Estadual do Rio Doce, estabelecido em 1944, protege aproximadamente 36 mil hectares de floresta e abriga uma rica biodiversidade, incluindo cinco espécies de primatas, das quais três estão ameaçadas de extinção.

O sauá, também conhecido como guigó, é um primata endêmico do Brasil, encontrado em áreas de Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. A espécie é monogâmica e vive em pequenos grupos familiares, sendo reconhecida por sua cauda avermelhada contrastante com o corpo acinzentado.

Estes primatas desempenham um papel crucial no ecossistema como dispersores de sementes, contribuindo para a regeneração natural da Mata Atlântica. Atualmente, a espécie está classificada como “quase ameaçada de extinção” segundo o ICMBio, principalmente devido à perda e fragmentação de seu habitat natural.

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