O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou drasticamente a tensão com a Venezuela ao anunciar um bloqueio naval total e classificar o regime de Nicolás Maduro como “organização terrorista estrangeira”. A medida inclui o cerco completo do país sul-americano pela maior força naval já reunida na história da América do Sul.
Trump utilizou sua rede social Truth Social para fazer o anúncio e exigir a devolução de ativos que alega terem sido roubados dos Estados Unidos, incluindo petróleo e terras. O republicano acusou o regime venezuelano de usar recursos para financiar atividades ilícitas.
Pontos principais do conflito:
* Trump ordenou um “bloqueio total de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela”, argumentando que o regime usa campos petrolíferos “roubados” para financiar narcotráfico, assassinatos e sequestros.
* Os Estados Unidos já demonstraram ações concretas ao interceptar e apreender um navio-tanque sancionado que havia partido da Venezuela com carregamento de petróleo em 10 de dezembro.
* Washington também impôs sanções contra seis empresas do setor de transporte de petróleo e seis navios-tanques, em uma clara escalada das tensões.
A Venezuela produz aproximadamente 930 mil barris de petróleo por dia, com a China sendo seu principal destino de exportação. O bloqueio naval visa interromper esse fluxo comercial.
Especialistas avaliam que as ações de Trump representam uma “máxima pressão 2.0” contra o regime venezuelano. O professor Imdat Oner, da Universidade Internacional da Flórida, explica que “as opções de Trump são cada vez menos viáveis. Por isso, a estratégia, agora, é a apreensão de petroleiros venezuelanos como forma de golpear a receita do regime de Maduro e isolá-lo internacionalmente”.
José Vicente Carrasquero Aumaitre, professor da Universidad Simón Bolívar, destaca que “ao classificá-lo como organização terrorista, Trump o converte em alvo das Forças Armadas dos Estados Unidos”.
O general de brigada aposentado António Rivero González avalia que o bloqueio representa o “corolário das sanções econômicas aplicadas pelos Estados Unidos contra o regime de Maduro” e pode impactar significativamente as relações econômicas entre Caracas e Pequim.
A situação se agrava com a recente designação do fentanil como arma de destruição em massa por Trump, que declarou: “Nenhuma bomba causa o dano que isto está fazendo: entre 200 mil e 300 mil pessoas morrem a cada ano, que nós sabemos”.
O cerco naval e as crescentes tensões indicam uma nova fase no conflito entre os Estados Unidos e Venezuela, com potenciais desdobramentos significativos para a estabilidade regional e o comércio internacional de petróleo.