O Partido Liberal (PL) do Rio de Janeiro enfrenta disputas internas após o anúncio da candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026. A movimentação política surge em meio à estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro de formar maioria no Senado na próxima Legislatura, visando aumentar a pressão contra o Supremo Tribunal Federal.
Diversos nomes do bolsonarismo fluminense já demonstraram interesse em ocupar a possível vaga de Flávio Bolsonaro no Senado:
* O deputado Carlos Jordy, ex-líder de Bolsonaro na Câmara, confirmou oficialmente sua disposição para disputar a vaga, declarando: “Deixei claro ao partido que aceito o desafio. Estou à disposição para o Senado e para apoiar o Flávio à Presidência”
* O deputado Hélio Lopes, que já concorreu como “Hélio Bolsonaro” em 2018, manifestou interesse na vaga, podendo inclusive ser lançado por Roraima caso não consiga candidatura pelo Rio
* Sóstenes Cavalcante, atual líder do PL na Câmara, é considerado favorito por sua proximidade com o setor evangélico e com o ex-presidente
* Altineu Côrtes, vice-presidente da Câmara, também é cotado devido à sua forte presença na região metropolitana e bom relacionamento com prefeitos do interior
* Um nome surpreendente surgiu durante reunião com presidentes de diretórios regionais: o delegado Felipe Cury, atual secretário de Polícia Civil do Rio
Em reunião com dirigentes estaduais do PL, Flávio Bolsonaro pediu que os correligionários demonstrassem unidade e reforçou que sua candidatura presidencial é “irreversível”. O senador enfatizou que encara o desafio como “missão” e não aceitará dissidências.
Flávio Bolsonaro também se reuniu com líderes do União Brasil e PP, que questionaram a capacidade de “tração” de sua candidatura. Em resposta, ele apresentou novos números de pesquisas e reafirmou o apoio de seu pai. “Minha relação com Ciro, Rueda e outros nomes é muito boa. Eles se preocuparam com o meu nome, com base em pesquisas, de eu não tracionar. Meu nome está tracionado”, declarou após visitar seu pai na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília.
O PL também reforçou sua posição contra alianças com partidos de esquerda nas eleições municipais de 2024, embora tenha havido casos de coligações com partidos governistas em eleições anteriores em estados como Ceará, Maranhão e Bahia.
Sobre declarações anteriores relacionadas a um possível “preço” para retirar sua candidatura, Flávio esclareceu: “Foi um mal entendido. Eu quis dizer que meu preço era Jair Bolsonaro livre e nas urnas. Ou seja: não tem preço”.