O salário mínimo brasileiro poderá atingir R$ 1.621 em 2026, representando um aumento de R$ 103 em relação ao valor atual de R$ 1.518. O novo valor, calculado com base nas regras vigentes de correção, ainda aguarda confirmação oficial do governo federal.
A fórmula atual de reajuste do salário mínimo combina dois componentes principais: a inflação medida pelo INPC em 12 meses até novembro, que registrou 4,18%, e o crescimento real do PIB de dois anos anteriores, limitado a 2,5% conforme estabelecido pelo arcabouço fiscal.
* O salário mínimo serve como referência para 59,9 milhões de brasileiros, segundo nota técnica do DIEESE, afetando tanto trabalhadores quanto beneficiários de aposentadorias e programas sociais como o BPC.
* Para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, o governo federal precisa destinar aproximadamente R$ 420 milhões adicionais ao orçamento de 2026 para cobrir despesas obrigatórias.
* O reajuste será aplicado a partir de janeiro, refletindo no pagamento que os trabalhadores receberão em fevereiro.
O impacto nas contas públicas gera debates entre especialistas. Alguns economistas defendem a desvinculação do piso dos benefícios previdenciários do salário mínimo, sugerindo apenas a correção pela inflação, como ocorreu durante o governo anterior.
Por outro lado, o DIEESE calcula que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18, considerando despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme estabelecido pela Constituição.
O aumento do salário mínimo também influencia indiretamente a economia, elevando o salário médio dos brasileiros e seu poder de compra. No entanto, o crescimento das despesas obrigatórias pode resultar em menos recursos para gastos discricionários do governo, afetando potencialmente outras políticas públicas.