A Rússia elevou as tensões do conflito com a Ucrânia ao acusar Kiev de realizar um ataque com 91 drones contra a residência oficial do presidente Vladimir Putin na região de Novgorod. O incidente provocou uma série de acusações mútuas e ameaças de retaliação, em meio a delicadas negociações de paz.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, classificou a ação como um “ataque terrorista” e prometeu que Moscou “revisaria” sua posição nas negociações. Por sua vez, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski negou veementemente as acusações, classificando-as como “mais uma mentira da Federação Russa”.
O momento é particularmente sensível, pois ocorre logo após uma reunião entre Zelenski e o presidente Donald Trump, que busca avançar em um possível acordo de paz. Os Estados Unidos ofereceram garantias de segurança à Ucrânia por 15 anos, embora Zelenski tenha solicitado um prazo superior a três décadas.
* A Ucrânia demonstrou disposição para suspender a lei marcial após o fim do conflito, condicionando isso à obtenção de garantias de segurança adequadas
* Os EUA propuseram garantias similares às oferecidas aos membros da OTAN, em resposta à possível desistência ucraniana de integrar a aliança
* Trump afirmou que as partes estão “mais próximas do que nunca” de um acordo de paz, embora reconheça a complexidade das negociações
* As discussões incluem questões delicadas como o controle territorial e as garantias de segurança futuras
* Putin demanda o reconhecimento das áreas capturadas e da Crimeia como território russo
* O Kremlin insiste na não adesão da Ucrânia à OTAN e na limitação do tamanho de seu exército
* A Ucrânia propõe a retirada mútua de tropas do leste do país e a criação de uma zona desmilitarizada
* Moscou sugere manter presença policial em partes de Donetsk, mesmo sob um possível acordo de paz
As negociações continuam em andamento, com Trump mantendo comunicação tanto com Putin quanto com Zelenski. O presidente americano planeja nova conversa com Putin, após a ligação anterior descrita como “amigável e profissional” pelo assessor russo Yuri Ushakov.
Zelenski indicou que a proposta preliminar de paz está “90% pronta”, mas alertou para semanas “intensas” pela frente. O conflito, iniciado em fevereiro de 2022 com a invasão russa da Ucrânia, permanece como um dos principais desafios diplomáticos internacionais, com ambos os lados mantendo posições firmes em questões territoriais e de segurança.