Manifestantes em todo o Brasil saem às ruas neste domingo para protestar contra o feminicídio e a violência contra mulheres. As manifestações, organizadas por coletivos, movimentos sociais e organizações feministas, têm como principal objetivo romper o silêncio e exigir justiça, sob o lema “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas”.
A mobilização nacional foi motivada por uma série de casos recentes de feminicídio que chocaram o país:
* Em Brasília, o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, foi encontrado na última sexta-feira (5). O soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, confessou o crime e está detido no Batalhão da Polícia do Exército.
* No final de novembro, Tainara Souza Santos sofreu mutilação nas pernas após ser atropelada e arrastada por aproximadamente um quilômetro sob um veículo. Douglas Alves da Silva foi preso, acusado de tentativa de feminicídio.
* Duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), no Rio de Janeiro, foram assassinadas a tiros por um funcionário da instituição, que posteriormente cometeu suicídio.
Os dados sobre violência contra a mulher no Brasil são alarmantes. Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, cerca de 3,7 milhões de brasileiras sofreram episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses. Em 2024, foram registrados 1.459 casos de feminicídio, uma média de quatro mulheres assassinadas por dia em contextos de violência doméstica, familiar ou por discriminação de gênero.
O Ministério das Mulheres reporta que em 2025 já foram registrados mais de 1.180 feminicídios, além de aproximadamente 3 mil atendimentos diários através do Ligue 180.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento esta semana, convocando um movimento nacional contra a violência de gênero e destacando a necessidade de mudança na cultura machista, especialmente por parte dos homens.
A mobilização nacional representa um marco importante na luta contra a violência de gênero, evidenciando a urgência de medidas efetivas para proteger as mulheres e combater o feminicídio no país.