Professores enfrentam crise de saúde mental no Brasil, diz pesquisa

Professores enfrentam crise de saúde mental no Brasil, diz pesquisa

Pesquisa revela que 84,8% dos docentes reconhecem adoecimento frequente na profissão, com destaque para problemas emocionais e uso de medicamentos controlados

Uma pesquisa sobre “Saúde Emocional, Mental e Social dos Professores” realizada em novembro de 2025 revelou um cenário preocupante sobre a saúde mental dos docentes no Brasil. O estudo, que contou com 105 participantes, majoritariamente de Minas Gerais (98,1%), expõe uma realidade alarmante que pode refletir a situação dos professores em todo o país.

A maior parte dos entrevistados atua na rede pública (77,1%), seguida por escolas particulares (12,3%) e profissionais que trabalham em ambos os segmentos (10,6%). O levantamento identificou diversos aspectos críticos relacionados à saúde mental dos professores:

* 37,1% dos docentes relatam dificuldade em se desligar emocionalmente da escola, mesmo fora do ambiente de trabalho, enquanto 56,2% admitem que problemas familiares afetam diretamente sua saúde emocional.

* O ambiente escolar apresenta pressões significativas: 63,8% dos professores sentem necessidade de demonstrar força emocional constante, e 57,1% temem julgamentos ao demonstrar fragilidade.

* Na dimensão social, 66,6% dos docentes concordam que a profissão não é valorizada pela sociedade, e 56,2% apontam falta de valorização institucional.

* A pressão por resultados é outro fator preocupante, com 65,7% dos entrevistados relatando metas consideradas inalcançáveis.

O estudo também revela dados alarmantes sobre o uso de medicamentos controlados, com 56,2% dos professores confirmando a utilização desses recursos para lidar com o sofrimento psíquico. Além disso, 37,1% relatam sentir solidão frequentemente, evidenciando a falta de apoio institucional.

As relações interpessoais no ambiente escolar também foram apontadas como problemáticas, com diversos relatos de toxicidade entre colegas e formação de grupos excludentes, contribuindo para um ambiente de trabalho ainda mais desafiador.

A pesquisa indica que 84,8% dos professores reconhecem o adoecimento frequente na profissão, somando aqueles que concordam plenamente (48,6%) e parcialmente (36,2%) com essa afirmação.

O estudo conclui que o sistema educacional atual está contribuindo para o adoecimento dos profissionais da educação, demandando ações concretas para o cuidado com a saúde mental dos docentes. A situação exige uma análise mais profunda e medidas efetivas para reverter este quadro preocupante.

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