Uma pesquisa sobre “Saúde Emocional, Mental e Social dos Professores” realizada em novembro de 2025 revelou um cenário preocupante sobre a saúde mental dos docentes no Brasil. O estudo, que contou com 105 participantes, majoritariamente de Minas Gerais (98,1%), expõe uma realidade alarmante que pode refletir a situação dos professores em todo o país.
A maior parte dos entrevistados atua na rede pública (77,1%), seguida por escolas particulares (12,3%) e profissionais que trabalham em ambos os segmentos (10,6%). O levantamento identificou diversos aspectos críticos relacionados à saúde mental dos professores:
* 37,1% dos docentes relatam dificuldade em se desligar emocionalmente da escola, mesmo fora do ambiente de trabalho, enquanto 56,2% admitem que problemas familiares afetam diretamente sua saúde emocional.
* O ambiente escolar apresenta pressões significativas: 63,8% dos professores sentem necessidade de demonstrar força emocional constante, e 57,1% temem julgamentos ao demonstrar fragilidade.
* Na dimensão social, 66,6% dos docentes concordam que a profissão não é valorizada pela sociedade, e 56,2% apontam falta de valorização institucional.
* A pressão por resultados é outro fator preocupante, com 65,7% dos entrevistados relatando metas consideradas inalcançáveis.
O estudo também revela dados alarmantes sobre o uso de medicamentos controlados, com 56,2% dos professores confirmando a utilização desses recursos para lidar com o sofrimento psíquico. Além disso, 37,1% relatam sentir solidão frequentemente, evidenciando a falta de apoio institucional.
As relações interpessoais no ambiente escolar também foram apontadas como problemáticas, com diversos relatos de toxicidade entre colegas e formação de grupos excludentes, contribuindo para um ambiente de trabalho ainda mais desafiador.
A pesquisa indica que 84,8% dos professores reconhecem o adoecimento frequente na profissão, somando aqueles que concordam plenamente (48,6%) e parcialmente (36,2%) com essa afirmação.
O estudo conclui que o sistema educacional atual está contribuindo para o adoecimento dos profissionais da educação, demandando ações concretas para o cuidado com a saúde mental dos docentes. A situação exige uma análise mais profunda e medidas efetivas para reverter este quadro preocupante.